Mário Coelho
Após 73 dias de instalação, a CPI da Corrupção na Câmara Legislativa do Distrito Federal não conseguiu eleger um novo presidente. A reunião prevista para a manhã desta quarta-feira (24) acabou cancelada. Inicialmente, os distritais iam discutir a transição entre Wilson Lima (PR) e Cabo Patrício (PT), respectivamente presidente e vice-presidente da Casa. O primeiro deixou o cargo para assumir interinamente o governo do DF após a renúncia de Paulo Octávio à vice-governadoria.
A comissão deveria começar a discutir os processos de cassação de distritais por quebra de decoro. O adiamento, desta vez, foi atribuído à reunião do governador em exercício com o secretariado. No encontro, Wilson Lima disse aos chefes das pastas que está fazendo um “sacrifício pessoal” para exercer o cargo. Em seguida, ele foi ao encontro de Paulo Octávio na residência oficial da vice-governadoria. Os dois trataram do tema preferido até o momento pelos políticos de Brasília: a governabilidade. Segundo a assessoria de imprensa de Wilson Lima, Octávio colocou sua equipe à disposição do governador interino.
Instalada em 11 de janeiro, a CPI conseguiu produzir muito pouco até agora. Não foi apresentado plano de trabalho, já que a composição do colegiado só foi completada na semana passada, após três semanas de indefinição. Eliana Pedrosa (DEM) e Alírio Neto (PPS) saíram da comissão. A deputada do DEM acabou retornando e José Antônio Reguffe (PDT) foi indicado pelo presidente da Casa. A maior parte dos requerimentos não foi despachada. Para piorar, o depoimento do ex-secretário de Relações Institucionais do GDF Durval Barbosa acabou sendo adiado um dia antes de ocorrer.
Uma nova sessão da CPI ainda não foi marcada. Mas o mais provável é que ela aconteça na próxima semana. Os distritais pretendem esperar pelos desdobramentos do cenário político local. Por isso, as atenções estarão voltadas para o julgamento do mérito do habeas corpus, no Supremo Tribunal Federal (STF), do governador afastado José Roberto Arruda (sem partido).
