A CPI dos Correios tem elementos suficientes para comprovar que a empresa Visanet e o Banco Rural eram financiadores do esquema de corrupção operado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. A afirmação é do relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).
No caso do Banco Rural, o relator disse que está evidente o tráfico de influência entre a instituição financeira e o publicitário mineiro. “Os empréstimos concedidos, na verdade, não eram empréstimos, mas recursos doados ao PT por razões de tráfico de influência que envolvia negócios altíssimos com o Banco Rural”, afirmou o deputado.
A CPI apurou que recursos do Banco do Brasil utilizados na publicidade do cartão Ourocard, administrado pela Visanet, eram antecipados para três agências de publicidade desde 2001. As agências recebiam pagamentos antecipados, antes de comprovarem a execução dos serviços contratados. A partir de 2003, por uma determinação da diretoria do BB, essas antecipações passaram a ser concentradas na DNA, agência de Valério. Os recursos antecipados à agência somaram R$ 92,1 milhões.
Leia também
Amanhã, a comissão reúne-se para votar requerimentos. Segundo Serraglio, é praticamente consensual entre os parlamentares as convocações do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo e do publicitário Duda Mendonça. O PFL e o PSDB decidiram pedir a convocação de Toledo para ele esclarecer a origem e autoria da lista que enumera nomes de políticos que teriam recebido recursos de caixa dois para financiar campanhas eleitorais em 2002.
Ouvido pela Agência Brasil, Serraglio afirmou que acha desnecessária a convocação de representantes da Visanet para depor na CPI. “Quando se tem provas suficientes, convocar para quê?”, argumentou.