Às 11h, Vital do Rêgo e Odair Cunha foram à Procuradoria-Geral da República convidar o procurador-geral, Roberto Gurgel, a prestar informações aos integrantes da CPI sobre o inquérito produzido pela Polícia Federal e questioná-lo sobre a demora para remeter às informações ao Judiciário. A reunião seria realizada em sessão secreta. Desde 2009, Gurgel tinha em suas mãos os inquéritos da PF, mas não deu continuidade ao processo de investigação.
Leia também
Leia outros destaques de hoje no Congresso em Foco
Vital também quer convidar os delegados responsáveis pelos inquéritos das operações Vegas e Monte Carlo. No entanto, como o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, está na Colômbia, o senador terá de aguardar seu retorno para poder fazer o convite.
Inquérito vazado
Os documentos requisitados pelo presidente da CPI foram depositados em um cofre localizado na sala da Subsecretaria de Apoio às Comissões Especiais e Parlamentares de Inquérito. Vital explicou que o primeiro CD contém a íntegra do inquérito e os demais têm gravados os anexos do processo.
PublicidadeNa sexta-feira (27), o ministro Ricardo Lewandowski autorizou o envio das informações à CPI e autorizou que a comissão compartilhe os documentos com o Conselho de Ética do Senado, que investiga se houve quebra de decoro parlamentar pelo senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), e com a Comissão de Sindicância da Câmara, que apura o envolvimento de deputados com Cachoeira. Segundo Vital, os documentos serão entregues aos dois colegiados assim que eles fizerem a solicitação. “Não vou destiná-los [os documentos]. Vou remetê-los assim que receber as solicitações e se elas mantiveram os mesmos preceitos de guarda e de sigilo, a comissão vai decidir se pode remetê-los”, explicou.
Poucas horas depois que Lewandowski autorizou o compartilhamento das informações, o site Brasil 247 publicou a íntegra do material. Na ocasião, Vital classificou o episódio como “preocupante” e afirmou que não acessaria o inquérito antes de recebê-lo oficialmente. “Não posso comentar sobre os vazamentos porque eu só dou conta do que vem a mim. Pior se tivesse ido à rede depois de terem chegado à CPI”, disse o senador ao Congresso em Foco. Hoje, Vital voltou a garantir o sigilo de qualquer informação que seja remetida à CPI.
“O primeiro passo que eu vou determinar é a conferência do material que veio ao que foi vazado, que já é de domínio público. Vamos verificar aquilo que está em domínio público daquilo que está em sigilo. A equipe de tecnologia do Prodasen está estudando mecanismos para evitar que nós sejamos constrangidos com algum tipo de vazamento”, explicou.
Hoje, às 14h30, a comissão se reúne para que o relator apresente seu plano de trabalho. Segundo Vital do Rêgo, o plano de trabalho deverá “agradar muito” aos integrantes da comissão. O presidente também deverá entregar uma cartilha aos parlamentares com as regras de trabalho estabelecidas pelos regimentos do Senado, da Câmara e do Congresso Nacional. O objetivo é instruir os parlamentares sobre a segurança das informações e sobre os ritos de trabalho que a CPI deve seguir.
Leia mais:
Presidente da CPI garante que não vazou inquérito contra Cachoeira