O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, responsável pela condução da Operação Satiagraha, pediu hoje (5) para prestar depoimento na CPI dos Grampos da Câmara após o término de um curso de aperfeiçoamento que ele realiza em Brasília.
O curso terminará no próximo dia 21 de agosto e está sendo realizado na Academia Nacional de Polícia, sediada na capital federal. Inicialmente, o depoimento do delegado estava marcado para amanhã.
Conforme explicou o deputado Alexandre Silveira (PPS-MG), Protógenes alega que o curso é muito exigente e que por isso pretende se dedicar ao treinamento.
O colegiado votará ainda hoje o pedido do delegado, uma vez que ele foi convocado pela CPI para prestar esclarecimentos sobre escutas supostamente ilegais interceptadas pela Operação Satiagraha.
Essa operação prendeu o banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. Eles são acusados de diversos crimes financeiros, como lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas; além de formação de quadrilha. Após as prisões, Protógenes foi afastado do caso.
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Pedido deve ser negado
O presidente da CPI dos Grampos, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), sinalizou que o pedido de Protógenes deve ser negado pelo colegiado. ”Fizemos uma ordem para ouvir os depoentes. O delegado Protógenes foi convocado para que ele informe nessa CPI se, no curso das investigações, houve indício de prática de interceptação ilegal de escutas telefônicas por parte do grupo de Dantas”, afirmou Itagiba.
Dantas vai depor na CPI no dia 13 de agosto. Os parlamentares querem ouví-lo a respeito de supostos grampos clandestinos. Além disso, a oposição deve aproveitar para esclarecer a relação do banqueiro com o ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Por sua vez, o juiz Fausto de Sanctis, que autorizou as prisões da Operação Satiagraha, vai depor no colegiado no próximo dia 12.
O peemedebista também classificou como “monocrática” a decisão do Supremo tribunal Federal (STF), que concedeu ontem liminar a 17 operadoras de telefonia, garantindo o direito dessas empresas de preservarem seus clientes que foram grampeados em 2007 e que estão respondendo a processos que correm em segredo de Justiça. (leia mais)
Membros do colegiado farão uma visita ao STF nesta noite para expor os motivos que os fizeram solicitar as escutas telefônicas. (Erich Decat e Renata Camargo)