Um dos 24 titulares da CPI do Apagão Aéreo, o deputado Geraldo Thadeu (PPS-MG), apresentou requerimento pedindo a convocação do astronauta Marcos Pontes. De acordo com o parlamentar mineiro, "o primeiro astronauta brasileiro a subir ao espaço enfrentou uma espera de longas horas" no aeroporto de Brasília durante a crise.
O deputado do PPS também considera que Pontes poderá contribuir para a CPI devido ao "seu profundo conhecimento na área de aviação”.
Até agora, os integrantes da CPI já apresentaram 30 requerimentos que pedem a convocação de pessoas ligadas ao setor, além de documentos da Polícia Federal, Infraero e Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o acidente com o avião da Gol.
Ontem, o presidente da CPI, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), afirmou que as investigações da comissão vão começar pelo acidente da Gol, que aconteceu em setembro do ano passado, quando morreram 154 pessoas. (leia mais)
Dentre os 30 requerimentos até agora apresentados, seis foram feitos pelo deputado Dr. Ubiali (PSB-SP), que integra a base governista. Ele pede a convocação dos presidentes das empresas aéreas Tam, BRA, Gol, OceanAir e Passaredo. Dr. Ubiali também pede a convocação do presidente da Embraer, Fleury Curado.
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Os outros 24 foram feitos por parlamentares da oposição, que querem a convocação dos presidentes da Infraero, José Carlos Pereira, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, do delegado da PF, Renato Sayão, e do ex-presidente da Embraer Maurício Botelho.
A próxima reunião da comissão será na terça-feira.
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Carlos Wilson: "Não serei um novo Roberto Jefferson"
Alvo da oposição por conta de uma centena de denúncias de irregularidades durante sua gestão na Infraero, o deputado Carlos Wilson (PT-PE) disse que não aceitará o papel de bode expiatório nem de “homem-bomba”, capaz de fazer revelações que atingiriam o Palácio do Planalto, na CPI do Apagão Aéreo.
“Não serei um novo Roberto Jefferson”, afirmou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, referindo-se ao pivô do escândalo do mensalão. Wilson esteve à frente da Infraero entre 2003 e 2006.
Segundo o presidente da CPI, Marcelo Castro (PMDB-PI), suspeitas de superfaturamento na estatal só serão investigadas pela comissão se tiverem conexão com a crise aérea. “Se houve superfaturamento numa obra e ela tiver relação com a crise, devemos ir adiante. Se for um banheiro superfaturado, isso não é da conta da CPI”, exemplificou.
A eleição de Marcelo Castro ontem expressou o domínio governista, que ocupará 16 das 24 cadeiras da CPI. A relatoria ficará a cargo do petista Marco Maia (RS). Castro e Maia disseram ontem que, apesar de serem de partidos da base aliada, a CPI não será chapa-branca, porque agirão de forma isenta e parcial.
O relator admitiu convocar ex-dirigentes da Infraero para depor, “inclusive dos governos passados”. “Ninguém está acima da lei”, disse o presidente da comissão, ao admitir a possibilidade de convocar Carlos Wilson.
O petista pernambucano já manifestou intenção de falar à CPI. Em encontro com o ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, o deputado teria dito que não pretende atingir o governo, mas que faz questão de ser ouvido na investigação.
Carlos Wilson teve os sigilos fiscal e bancário quebrados e a indisponibilidade de bens pedida pelo Ministério Público Federal, depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou irregularidades na licitação para reforma e ampliação do aeroporto de Congonhas, na capital paulista. (Edson Sardinha)
Chinaglia: Marta é “o nome mais forte” para São Paulo
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), presidente da Câmara, afirmou hoje (4) que considera a ex-prefeita de São Paulo e atual ministra do Turismo, Marta Suplicy, o nome mais forte para concorrer à prefeitura de São Paulo nas eleições de 2008. Ao lado do ministro da Justiça, Tarso Genro, Chinaglia participou de um evento de entrega de 366 carros produzidos pela montadora para a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em São Caetano do Sul.
"Eu não faço plano a tão longo prazo. Há uma certa naturalidade na política, devemos respeitá-la. O nome mais forte hoje que o PT tem para disputar a prefeitura é de Marta Suplicy. Portanto eu trabalho com essa hipótese", afirmou Chinaglia.
Quando tentava a reeleição, em 2004, Marta Suplicy foi derrotada pelo tucano José Serra (atual governador de São Paulo). O atual prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (DEM), pode concorrer à reeleição nas eleições do próximo ano. Outros candidatos ao comando da maior cidade brasileira são o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (PCdoB).
Trampolim para as prefeituras
Conforme revelou o Congresso em Foco, a CPI do Apagão Aéreo, instalada ontem na Câmara, é considerada uma vitrine para que parlamentares possam disputar os pleitos municipais do ano que vem. (leia mais) (Rodolfo Torres)