Reportagem que consta do jornal Folha de S.Paulo de hoje mostra que a CPI dos Correios ainda tem muito que fazer. De acordo com a matéria, assinada por Rubens Valente, a comissão não sabe a origem e o destino de R$ 23,9 bilhões movimentados em contas bancárias de pessoas e empresas sob suspeita de envolvimento com o valerioduto. A soma também inclui pessoas e empresas com irregularidades em órgãos públicos. O levantamento publicado foi concluído ontem por técnicos da comissão.
As informações incompletas referem-se a cinco bancos, que estão sendo chamados a corrigir os dados. As instituições que mais devem dados à CPI são os bancos Safra (R$ 10,7 bilhões em operações), Real (R$ 5,9 bilhões), Bradesco (R$ 3,7 bilhões) e BankBoston (R$ 2,9 bilhões). Em termos proporcionais, o maior número de problemas aparece nas informações enviadas pelo Citibank, que deixou de comunicar 74% de tudo que entrou nas contas sob investigação em suas agências (R$ 287 milhões) e 33% do que saiu (R$ 229 milhões).
O Banco Real (integrado ao ABN Amro Bank em 2000) enviou ontem representantes à CPI e prometeu corrigir todos os dados até quarta-feira (18). “A nossa intenção é entregar o máximo possível de informações até amanhã [hoje]”, disse Fernando Egydio Martins, diretor-executivo do Real, ao reconhecer que houve falhas no envio dos dados.
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Para a CPI, a correção de todos os dados bancários tornou-se uma prioridade, depois que foram detectados depósitos mensais na conta do deputado federal João Herrmann (PDT-SP). Com esse exemplo, a área técnica da CPI compreendeu que mais operações de interesse da investigação podem estar ocultas nos registros “não-informados”.