A CPI mista instalada no Congresso para apurar supostas irregularidades na Petrobras decidiu hoje (10) convocar Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, para prestar depoimento aos parlamentares na próxima quarta-feira (17). Em junho, ele foi ouvido pela CPI da Petrobras no Senado e negou irregularidades. No entanto, em acordo de delação premiada, ele começou a revelar os nomes de beneficiados por esquema de corrupção na empresa.
De acordo com reportagem da última edição da revista Veja, Costa afirmou à Polícia Federal que três governadores, seis senadores, um ministro, um ex-ministro e pelo menos 25 deputados federais participaram do esquema. A CPI mista já tinha aprovado a convocação, mas só hoje agendou a data, considerando a delação premiada do ex-diretor, que está preso no Paraná. O comparecimento do ex-diretor ao Congresso depende de autorização judicial.
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À CPI do Senado, Costa negou fraude em contratos da estatal e alegou desconhecer as atividades de Alberto Youssef como doleiro. Tanto Costa quanto Youssef foram presos na Operação Lava Jato, deflagrada em março último pela Polícia Federal para desbaratar esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões.
A CPI mista quer acesso a todas as revelações de Costa, mesmo com o procedimento de delação premiada em andamento e apesar de o caso estar sob sigilo. “A CPI, com seus poderes constitucionais, terá a responsabilidade de receber e guardar os documentos apresentados [pela Justiça]. Já determinamos a elaboração de uma petição para o ministro Teori Zavascki [relator do caso no Supremo Tribunal Federal] para que os documentos decorrentes da delação premiada sejam encaminhados automaticamente à comissão. Esse é o nosso direito. A CPI quer ser parte nesse processo. A CPI não é qualquer pessoa, tem poderes constitucionais”, disse Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente das CPIs.
PGR
Os senadores Randolfe Rodrigues (Psol-AP) e Cristovam Buarque (PDT-DF) se reuniram hoje com o procurador-geral da República Rodrigo Janot sobre as revelações feitas por Paulo Roberto Costa. No entanto, segundo eles, Janot disse que vai manter as informações sob sigilo para não prejudicar as investigações.
Ontem à noite, Zavascki liberou para as comissões de inquérito do Congresso documentos da Operação Lava Jato que estão no STF. Mas não informou se os documentos referentes à delação premiada já chegaram à corte.
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