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Ele diz que o plano de trabalho, de autoria do relator da comissão, Odair Cunha (PT-SP), está correto e que é necessária mesmo uma fase preliminar de conhecimento da investigação e de oitivas com os membros da quadrilha para se produzirem provas novas além daquelas já trazidas pelas Operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, que escancararam o relacionamento do bicheiro Carlos Augusto Ramos com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e a construtora Delta.
Para avançar, diz Sampaio, será necessário usar de “criatividade investigativa”. Isso porque a CPI já vem com um conjunto de provas sobre a atuação de uma quadrilha de jogos de azar e um conjunto de indícios do chefe dessa organização com autoridades e políticos, como governadores, senadores e deputados. Em entrevista ao Congresso em Foco, ele afirma que é função da comissão “apresentar provas novas e não continuar repisando provas já realizadas”.
Sampaio não tem grandes esperanças no depoimento do contraventor Carlinhos Cachoeira, previsto para a próxima terça-feira (22). “Ele vai falar aquilo que convém à sua defesa”, prevê o deputado, que imagina frases como: “Nesse caso eu agi assim. Não foi uma atuação criminosa, foi uma atuação empresarial”.
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Carlos Sampaio tem 49 anos. É promotor de Justiça licenciado do Ministério Público de São Paulo, onde atuou na área da infância e juventude, direito de consumidores e pessoas com deficiência, proteção ao meio ambiente, além do controle das atividades das polícias. De Campinas (SP), está em seu terceiro mandato como deputado federal e já foi vereador e deputado estadual. Em 2005, destacou-se na CPI dos Correios, que investigou o mensalão, esquema em que, segundo a Procuradoria Geral da República, o PT pagava parlamentares para votarem de acordo com interesses do governo Lula.
Ele conversou com o Congresso em Foco na quarta-feira (16) à tarde, à porta do cafezinho do plenário da Câmara.
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