O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), prorrogou hoje (4), por mais 60 dias, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Ilegais, conhecida como CPI dos Grampos. O ato ocorreu à pedido do presidente e relator da comissão, deputados Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) e Nelson Pellegrino (PT-BA). Caso Chinaglia não atendesse, a CPI acabaria amanhã (5).
Os deputados relataram, como justificativa para uma nova prorrogação, que precisam confirmar o número de escutas telefônicas no Brasil e terminar o relatório dos trabalhos. Há dois meses a CPI teve seu prazo estendido. Segundo Pellegrino, os parlamentares ainda podem reconvocar o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, para prestar esclarecimentos.
Lacerda está afastado da Abin desde o início de setembro, depois da divulgação do grampo de uma conversa telefônica entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) pela revista Veja. Depois, com a revelação da participação de agentes da Agência na Operação Satiagraha, da Polícia Federal – instituição que Lacerda dirigiu -, ele acabou afastado definitivamente.
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Chinaglia prorrogou a CPI por um ato administrativo, sem submeter à plenário. Na primeira vez que o prazo da comissão foi estendido, o pedido passou pela aprovação do colegiado de líderes. Como não havia tempo para reuní-los nos últimos dias, o presidente da Câmara pediu a Itagiba e Pellegrino que recolhessem as assinaturas das lideranças. Após o ato, a CPI deve apresentar seu relatório somente em março do ano que vem. (Mário Coelho)