Uma matéria publicada na revista IstoÉ desta semana mostra que a CPI dos Correios tem em mãos parte da documentação referente ao caixa dois da hidrelétrica de Itaipu, localizada em Foz do Iguaçu (PR). “Não há como deixar de investigar o que acontece em Itaipu com uma força-tarefa do Ministério Público, da Polícia Federal e da própria CPI”, disse o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) – segundo a revista, “perplexo com a papelada que já recebeu”.
O presidente do TCU, ministro Adylson Motta, vai pedir uma audiência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na semana que vem, para discutir a blindagem da binacional: “É preciso quebrar a caixa-preta de Itaipu”, recomenda Motta.
O caixa secreto de Itaipu foi montado em 1991, ainda no governo do então presidente Fernando Collor de Mello, pelo economista Laércio Pedroso. No Congresso, diante da CPI, Laércio vai contar toda a história da caixa-preta da binacional.
O presidente da Itaipu, Jorge Samek, reagiu às denúncias. “Não existe caixa dois em Itaipu. Este ex-funcionário (Laércio Pedroso) é um grande gângster. Ele saiu daqui, mas manteve ligações com uma auditoria externa, através de um parente, e subtraiu documentos. Misturou papéis quentes com outros frios, que ele forjou, para convencer fornecedores de que tinham créditos a receber. Isso tudo é mentira”.
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O caixa dois da empresa, no ano passado, foi orçado em US$ 2 bilhões. Os cerca de quatro mil fornecedores de serviços e mercadorias para a binacional também se beneficiam de total isenção – e são dispensados, nas transações com a usina, de emitir a nota fiscal tradicional. “O que vale, no país de Itaipu, é a Nota de Débito, que ninguém controla, ninguém confere”, acusa a matéria, assinada por Luiz Cláudio Cunha.