Governistas acabam de fazer mais uma manobra para encerrar os trabalhos da CPI dos Cartões. Parlamentares aliados recusaram os três principais requerimentos que garantiriam a continuidade das investigações da Comissão.
Por 11 votos a cinco, o requerimento que solicita acareação entre André Fernandes e José Aparecido Nunes foi rejeitado. Os acusados prestaram depoimento à CPI dos Cartões Corporativos na semana passada e apresentaram informações divergentes sobre o vazamento do dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Também foi rejeitado o requerimento que convoca o secretário de administração da Casa Civil Noberto Queiroz. O requerimento é de autoria do senador José Nery (PSOL-PA), que classificou com inaceitável a rejeição.
Por quarto votos a 11, a CPI derrubou ainda o pedido de convocação do assistente de auditoria da Secretaria de Controle Interno da Casa Civil Marcelo Veloso Nascimento. "Cada vez mais a sociedade fica sem as informações claras", afirma o deputado Índio da Costa (DEM-RJ).
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Com votos contrários, o deputado José Pedro (PMN-AL) disse que não há porque haver uma acareação. “Os depoentes já foram bem elucidativos. Temos que retomar o eixo dos trabalhos da CPI que são os cartões corporativos”, disse. O parlamentar também recusou novas convocações.
Também contra os requerimentos, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) disse que os esclarecimentos já foram suficientes. “O tom está aumentando no final dessa CPI. Não podemos terminar essa CPI com um tom inadequado”, afirmou em resposta às declarações do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que disse ser amoral a postura dos governistas, mas se esclareceu e se desculpou da afirmativa.
Um dos cinco votos a favor da acareação e dos requerimentos de convocação, o senador José Nery (PSOL-PA) afirmou que governistas não querem a verdade. “Não se deve recusar a busca da verdade, como tem sido a tentativa deliberada do governo, que se não tem nada a temer, deveria ser o primeiro a querer o esclarecimento”, declarou. (Renata Camargo)
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