A CPI dos Bingos se reúne, a partir das 10h30, para discutir e votar o relatório final da comissão. O governo vai tentar derrubar as conclusões apresentadas há duas semanas pelo senador Garibaldi Alves (PMDB-RN). Entre outras coisas, Garibaldi propõe o indiciamento de quatro empresas e 79 pessoas, inclusive o ex-ministro Antonio Palocci e o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, amigo de Lula.
O resultado da votação ainda é uma grande incógnita. Oposição e governo ainda correm atrás de votos. O presidente da CPI, Efraim Morais (PFL-PB), aposta em empate, o que deixaria a decisão em suas mãos. “Teremos um relatório, espero que seja o do senador Garibaldi. Em caso de empate, teremos o voto de Minerva a favor do relator”, afirmou Efraim.
Caso não consiga o apoio de pelo menos oito senadores para derrubar o relatório de
Garibaldi, os governistas entrarão com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) alegando que as investigações se desviaram da questão de jogos para atingir o presidente Lula. O relatório pede ainda a legalização do funcionamento dos bingos, apesar de frisar a estreita ligação da atividade com o crime organizado.
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O texto relator também desagradou à oposição ao excluir na última hora os nomes do chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, e do ex-ministro José Dirceu da lista de indiciados no caso Celso Daniel. Os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) e Magno Malta (PL-ES) apresentaram votos em separado para alterar o texto.
Se o relatório de Garibaldi for rejeitado, a CPI vai votar primeiro o de Álvaro Dias, que pede a inclusão dos nomes de Dirceu e Carvalho na lista de indiciamento. Caso o documento seja rejeitado, os senadores passarão a examinar as sugestões propostas por Malta, que tem o apoio da base governista. O senador capixaba pede a retirada dos nomes de pessoas que não estão comprovadamente ligadas a casas de bingo e ao crime organizado da lista de pedidos de indiciamento.