Eduardo Militão
Deputados do PT pensam em um “plano B” caso não consigam retirar, até a meia-noite desta quarta-feira (21), as assinaturas para a criação da CPI do MST. A comissão parlamentar de inquérito foi instalada hoje pela manhã. Faltando quatro horas para o encerramento do prazo final, o deputado Dr. Rosinha (PT-PR) admite que está difícil conseguir a retirada de apoios à criação da CPI.
Em contrapartida, ele enxerga que o requerimento de instalação da comissão permite investigar também instituições ligadas ao agronegócio, como a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). “Posso investigar as entidades, mesmo as patronais”, diz Rosinha. “Se a CNA recebeu dinheiro de algum convênio da União, eu posso investigar.”
Ligado aos movimentos sociais, Rosinha passou o dia tentando retirar assinaturas do requerimento de criação da CPI e ainda não teve tempo de discutir a proposta com outros colegas do partido. Ele é contra a investigação porque diz que não há provas de que nem mesmo parte dos R$ 115 milhões repassados a instituições ligadas à agricultura, algumas delas ligadas ao MST, tenha sido desviada.
“Eles não querem investigar; querem um palanque para as eleições de 2010”, acusa Rosinha. “Essa CPI é uma questão de ódio de classes sociais.”