A sugestão não foi acatada por Jucá. Ele argumentou ter se apoiado na nova legislação referente às comissões parlamentares de inquérito para enviar aos órgãos de fiscalização e controle toda a documentação sigilosa conseguida durante as investigações.
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— Você pode ficar tranquilo, Romário, está em anexo toda a documentação. Agora cabe ao Ministério Público promover as responsabilidades civis ou criminais, e de quem quer que seja — ponderou o relator.
Além do Ministério Público, o relatório será encaminhado à Receita Federal, ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e ao Banco Central. Da documentação sigilosa constam informações referentes ao presidente da CBF, Marco Polo del Nero e também aos ex-presidentes Ricardo Teixeira e José Maria Marin.
Sem indiciamentos
Romário deixou claro que não se considerava “satisfeito” com a aprovação de um relatório que não prevê nenhuma sugestão de indiciamento. O parlamentar entende que a CPI teria um “grande final” se aprovasse os dois relatórios conjuntamente.
O texto de Jucá, avaliou o senador pelo Rio, é “bom” no diagnóstico e em sugestões legislativas e de gestão. Busca explorar de maneira mais racional as potencialidades econômicas e de inclusão social decorrentes da popularidade do futebol no Brasil.
— Entendo que toda a documentação que conseguimos, conseqüência do trabalho dedicado nosso e de toda uma equipe, é mais que suficiente pra que já propuséssemos estes indiciamentos – disse Romário.
Romário informou, inclusive, que seu voto em separado já havia sido enviado a diversos órgãos de investigação e controle, acreditando que especialmente no Ministério Público ele trará conseqüências para a cúpula do futebol brasileiro, devido aos “crimes” que ali aparecem.
O relatório “paralelo” defende desde já os indiciamentos de del Nero, Teixeira e Marin; do deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), vice-presidente da CBF; de Gustavo Feijó, também vice-presidente da CBF; de Carlos Lopes, diretor jurídico da Confederação e de Antonio Osorio Ribeiro, ex-diretor financeiro da entidade. O documento segere igualmente que os empresários José Hawilla e Kleber Leite sejam indiciados.
Os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Magno Malta (PR-ES) observaram que têm sido comuns os casos de CPIs no Senado e na Câmara em que os relatórios paralelos tem seus pontos mais acatados pelo Ministério Público do que os relatórios oficiais.