A CPI do Apagão Aéreo deve começar a funcionar hoje (3) na Câmara, mas as disputas em torno da relatoria e da presidência das investigações ainda não acabaram. Regimentalmente, a presidência fica com o partido que tiver a maior bancada na Casa, hoje o PMDB. O presidente, então, escolhe o relator. Mas a demora do PMDB em anunciar a indicação abriu espaço para brigas.
Na bancada oposicionista, a possibilidade de lançamento de uma candidatura de protesto à relatoria desperta desavenças internas. "Estamos estranhando o governo tentar impor com quem fica a relatoria e a presidência da CPI. Por isso, há uma possibilidade de eu apresentar a minha candidatura", anunciou Vanderlei Macris (PSDB-SP), um dos autores do requerimento de instalação da investigação.
Ao saber da possibilidade, o líder do PSDB, deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP), reagiu: "Não vejo nenhum sentido maior para uma candidatura de protesto". "Se o PMDB não abrir mão de presidir a CPI, não dá para disputarmos o cargo", disse.
O líder da minoria, o também tucano Júlio Redecker (RS), é menos moderado. "Sabemos que regimentalmente não podemos presidir a CPI, mas vamos avaliar o lançamento da candidatura de protesto do Macris", ponderou.
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Pelo lado do governo, ontem o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), ameaçou: "Se não houver a indicação até amanhã [hoje], indico eu o presidente da CPI". (Carol Ferrare)
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