A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras vai insistir no depoimento do ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque, marcado para esta quinta-feira (19). O presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), enviou ofício ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) pedindo que Duque, preso nesta segunda-feira (16) em mais uma fase da Operação Lava Jato, seja transferido para a Polícia Federal (PF) em Brasília.
Um ato da Mesa da Câmara proíbe o depoimento de detentos nas dependências da Casa, mas os deputados podem ou ouvi-lo na PF.
Duque já tinha sido preso em uma das etapas da Operação Lava Jato, mas foi solto após 19 dias por decisão do Supremo Tribunal Federal. Dessa vez, foi preso porque movimentou dinheiro em contas no exterior, transferindo 20 milhões de euros da Suíça para Mônaco.
Segundo o ex-gerente de Tecnologia da Petrobras Pedro Barusco, que depôs na CPI na semana passada durante mais de cinco horas, Duque recebia propina de empresas contratadas pela estatal. Segundo Barusco, metade do dinheiro era repartida entre ele e Duque, e a outra metade ficava com o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Segundo o delator, Vaccari recebeu algo entre 150 e 200 milhões de dólares em propinas, em nome do partido. Na semana passada, o próprio Barusco devolveu 97 milhões de dólares aos cofres públicos.