Renata Camargo
Mais uma semana no Senado deve ser tomada pela CPI da Petrobras. Na próxima terça-feira (2), às 14h, a comissão inicia os trabalhos com a eleição do presidente e vice-presidente da CPI e a escolha do relator, que será indicado pelo presidente. Os governistas não abrem mão da presidência nem da relatoria. Mas os principais partidos de oposição, DEM e PSDB, ainda pressionam por um dos cargos.
Os líderes oposicionistas prometem “obstruir” os trabalhos na Casa, como fizeram na última quarta-feira (27), quando não garantiram o quorum para a votação da MP do Fundo Soberano. A oposição quer um acordo para conseguir a presidência para o senado Antonio Carlos Junior (DEM-BA). Os governistas, no entanto, não estão dispostos a ceder.
Com maioria na CPI, os governistas – que contam com o apoio dos senadores do PMDB – devem indicar para concorrer à presidência a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) e o senador João Pedro (PT-AM), e para a relatoria, o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Os nomes, entretanto, ainda não foram oficializados.
Resignados com a ampla maioria de governistas na CPI, o PSDB pretende realizar uma investigação paralela. O senador Alvaro Dias (PR), autor do requerimento de criação da comissão, anunciou na semana passada que os tucanos irão repassar denúncias que chegarem às suas mãos imediatamente ao Ministério Público.
Os membros da comissão têm prazo inicial de 120 dias para investigar as irregularidades. O objetivo principal da CPI é investigar as mudanças no regime tributário da Petrobras, que desde dezembro fez com que a Receita deixasse de arredar R$ 4,3 milhões.
Os senadores querem também analisar indícios de fraudes em licitações para reforma de plataformas da Agência Nacional de Petróleo (ANP), superfaturamento em obras de refinaria, desvio de royalties e outras irregularidades da agência.
PSDB quer repetir PT com investigação paralela