Mário Coelho
Os integrantes da CPI da Corrupção, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, terão um encontro com o diretor-geral em exercício da Polícia Federal nesta quarta-feira (17) para agendar o depoimento do ex-secretário de Relações Institucionais do GDF Durval Barbosa, autor das denúncias que revelaram o mensalão do governador preso e cassado José Roberto Arruda (sem partido). O encontro com o delegado Luiz Pontel de Souza está previsto para ocorrer às 10h, na sede da corporação em Brasília.
A intenção dos membros da CPI é agendar a data e o local do depoimento de Durval Barbosa. Como ele está sob proteção policial, é preciso o crivo da instituição para que o depoimento ocorra. Ao depor no Ministério Púbico do DF (MPDF), e depois no Federal (MPF), Durval recebeu o benefício da delação premiada em troca de gravações com integrantes do governo e do poder Legislativo que mostraram um extenso esquema de propinas.
Além disso, os distritais vão expor ao diretor-geral que o requerimento já foi aprovado e agora a CPI tem condições de ouvi-lo. O depoimento dele estava previsto para 26 de janeiro. Porém, o próprio ex-secretário enviou uma carta à comissão pedindo o adiamento da oitiva. Na época, ele justificou que não teve tempo de estudar o Inquérito 650DF, que deu origem à Operação Caixa de Pandora. A nova convocação de Durval foi acertada em reunião dos membros da comissão na segunda-feira.
Em setembro do ano passado, ele prestou depoimento a dois promotores do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (NCOC) do Ministério Público do DF (MPDF). Como o caso atingia o governador, o teor das reveleções, junto com gravações de áudio e vídeos feitas por ele mesmo, foram enviadas ao Ministério Público Federal, que deu continuidade às investigações junto com a PF.
Além disso, o ex-secretário teve sua entrada no programa de proteção à testemunha do governo federal. Hoje, ele vive em local conhecido somente por membros do Ministério da Justiça e da Polícia Federal, responsável pela sua proteção. Por isso, os deputados precisam negociar com a PF uma data para o depoimento. Na oportunidade passada, a oitiva do ex-secretário seria aberta, com credenciamento a servidores e jornalistas controlado pela PF.
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