A CPI dos Grampos aprovou há pouco a convocação do ministro da Defesa, Nelson Jobim, do diretor-geral afastado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, e do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Corrêa, para prestarem depoimento sobre denúncias de grampos ilegais realizados em órgãos públicos. As datas dos depoimentos ainda não estão definidas.
A convocação de Jobim foi iniciativa do presidente da comissão, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), e do relator, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA). A idéia é colher informações sobre a compra de equipamentos de escutas telefônicas pela Abin em conjunto com as Forças Armadas. Por lei, a Abin é proibida de realizar escutas.
Essa será a segunda vez que o ex-diretor da Abin prestará depoimento a essa CPI. Há duas semanas, Lacerda compareceu à Câmara, onde afirmou que a Abin não havia participado da realização de grampos ilegais.
Entre os parlamentares, apenas o deputado Domingos Dutra (PT-MA) se mostrou contrário a uma nova convocação de Lacerda. “Vai repetir o que já disse aqui? Acho que nesse momento seria precipitado [nova convocação], gostaria que numa oportunidade mais à frente ele fosse chamado, quando houvesse a necessidade real”, defendeu Dutra.
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Na avaliação de relator da CPI, a presença de Lacerda é necessária para esclarecer as novas denúncias contra a Abin, publicadas no fim de semana. “Não convocamos ninguém sem que haja necessidade. O fato de aprovarmos o requerimento não significa dizer que estará aqui na semana que vem”, disse Pellegrino. (Renata Camargo)
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