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Os integrantes da CPI dos Correios buscam identificar as fontes dos recursos que financiaram campanhas do PT e da base aliada. Os parlamentares suspeitam que empresas privadas usavam as agências de Valério para repassar contribuições aos partidos em troca de benefícios do governo federal. Segundo o senador Álvaro Dias, o dinheiro vinha de várias fontes do governo e do setor privado. “O projeto de poder do PT era de longo prazo. E para obter apoio no Congresso e nas campanhas eleitorais os fins justificavam os meios”, afirma o senador ao jornal O Globo. A Usiminas, a Amazônia Celular, a Telemig Celular, a Fiat Automóveis e a Construtora Odebrecht estão sendo investigadas pela CPI pela suposta contribuição feitas sem recibos aos partidos. Cliente da SMPB, o presidente da Usiminas, Rinaldo Campos Soares, mantém uma relação muito próxima com Marcos Valério. O deputado Roberto Brant (PFL-MG), que teve um saque de R$ 102 mil identificado pela CPI, disse que os recursos foram uma doação da siderúrgica para a sua campanha eleitoral em 2002. Leia também Pertencentes ao grupo Opportunity, as empresas Telemig Celular e Amazônia Celular aparecem nas notas da DNA Propaganda encontradas queimadas na casa do ex-policial Marco Túlio Prata há duas semanas, em Belo Horizonte. A Fiat também é listada nas notas. Para a CPI, os documentos tratariam de serviços de publicidade não realizados e teriam sido emitidos para justificar o pagamento de contribuições aos partidos. A construtora Odebrecht também é cliente da DNA. A CPI investiga uma denúncia de que a empresa teria usado a agência para fazer uma contribuição ao PT em troca de um empréstimo concedido pelo BNDES. Os bancos Rural , BMG, do Brasil, de Brasília (BRB), Bradesco, Mercantil do Brasil, Panamericano, Alfa e BankBoston também são investigados pela CPI. Por essas instituições financeiras, passaram os recursos movimentados por Valério e suas empresas. Para o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), o maior desafio da CPI é identificar a origem dos recursos. “A movimentação financeira das empresas de Marcos Valério é desproporcional ao faturamento. E os empréstimos transferidos pelas empresas ao PT cobrem apenas uma parte dos saques. Provavelmente a menor parte”, disse. |