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O procurador-geral da República terá cinco dias para responder aos questionamentos. Com a aprovação desse pedido, os requerimentos de convocação e convite a Gurgel ficam suspensos. Ou seja, só será analisados caso ocorram fatos novos relacionados à atuação do procurador-geral da República.
De autoria do relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), o requerimento foi baseado nos pedidos feitos anteriomente pelos deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Fernando Francischini (PSDB-PR), apresentados na semana passada, e de Luiz Pitiman (PMDB-DF). “A resposta por escrito nos satisfaz no momento. A investigação é em cima de Carlinhos Cachoeira, não do procurador-geral”, afirmou o peemedebista.
Os integrantes da comissão querem outras respostas, além dos motivos de Gurgel para não abrir inquérito contra Demóstenes em 2009, quando ocorreu a Operação Vegas. Uma delas é a razão de a subprocuradora da República Cláudia Sampaio, mulher do procurador-geral, ter sido a escolhida para opinar sobre o caso. Também querem contrapor as declarações dos delegados federais com a posição em deixar a investigação suspensa.
Críticas
“Depois dos depoimentos dos delegados da PF, os esclarecimentos se tornaram obrigatórios”, afirmou o deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL). Ele ressaltou que é preciso esclarecer a diferença entre as declarações dos delegados federais e o procurador-geral da República. “A PGR não tinha nenhum conhecimento da Monte Carlo, de acordo com a Polícia Federal. Como poderia haver uma estratégia se a PGR não sabia da operação”, questionou.
Autor de um dos requerimentos pedindo a convocação de Gurgel, o senador Fernando Collor (PTB-AL) criticou a postura da CPI ao aprovar o pedido de explicação por escrito. “Se for para fazer requerimento, não é preciso ter CPI. Basta apresentar no plenário ou nas comissões temáticas”, disparou. “Ele está com algum problema que não quer enfrentar a CPMI. O que surpreende é o pernoite por dois anos na gaveta do procurador”, completou o senador alagoano.
Já o senador Humberto Costa (PT-PE), mesmo votando a favor do requerimento, voltou a fazer críticas às declarações feitas por Gurgel na semana passada. O procurador-geral da República atribuiu ao medo pela proximidade do julgamento da ação penal do mensalão do PT, no Supremo Tribunal Federal (STF), as movimentações para convocá-lo. “Vamos aguardar a resposta. Se ela não vier ou for insuficiente, as condições para ser convocado estarão dadas”, opinou.