Técnicos das CPIs dos Correios e dos Bingos descobriram 161 ligações trocadas entre o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, com os principais investigados do mensalão. Segundo reportagem publicada hoje pelo jornal Estado de S. Paulo , o rastreamento dos peritos mostra uma proximidade grande de Okamotto com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o publicitário Duda Mendonça. O levantamento foi feito com base nos dados telefônicos de Delúbio, de Duda, do ex-deputado José Dirceu e do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira.
De acordo com os técnicos das CPIs, Okamotto manteve pelo menos 56 telefonemas com Delúbio entre março e novembro de 2002. Ao todo, os peritos identificaram 94 minutos de conversas. Com a CEP Comunicação, empresa de Duda que trabalhou para a campanha de Lula em 2002, o presidente do Sebrae falou pelo menos 75 vezes entre fevereiro de 2002 e março de 2003. Foram 156 minutos. Segundo o levantamento das CPIs, Okamotto também recebeu 23 ligações do ex-deputado José Dirceu em 2002, além de 4 em 2001. Esses telefonemas somaram 58 minutos de conversas.
Okamotto considerou “normal” ter conversado com Delúbio durante o ano da campanha. “Eu coordenava a infra-estrutura da campanha e tinha de consultar o tesoureiro sobre os pagamentos”, declarou. Para depois acrescentar: “não conversava com o Duda, mas posso ter ligado para a CEP para saber sobre o programa eleitoral”.
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O presidente do Sebrae é investigado pelas CPIs pelo pagamento ainda mal explicado de uma dívida de R$ 29,4 mil de Lula com o PT e por causa do depoimento do economista Paulo de Tarso Venceslau, ex-secretário de Fazenda de São José dos Campos na gestão da petista Ângela Guadagnin. Venceslau acusou Okamotto de arrecadar recursos de caixa dois entre empresas que tinham contratos com prefeituras administradas pelo PT.