As informações prestadas ontem pelo delegado da Polícia Federal Tardelli Boaventura e pelo procurador da república Mário Lúcio Avelar à CPI dos Sanguessugas são suficientes para denunciar à justiça 60 parlamentares. É o que dizem os repórteres Adriano Ceolin e Leonardo Souza da Folha de S. Paulo, em reportagem publicada na edição de hoje.
De acordo com a matéria, a informação sobre o depoimento de Tardelli e Avelar foi repassada aos repórteres pelo deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA). Entre os nomes dos parlamentares envolvidos com a máfia das ambulâncias, dois são membros da Mesa Diretora da Câmara: Nilton Capixaba (PTB-RO), segundo secretário, e João Caldas (PL-AL), quarto secretário. Ontem, a CPI aprovou o pedido de afastamento dos deputados dos cargos na Mesa.
Na reportagem, além dos nomes de Capixaba e Caldas outros 11 deputados federais foram listados como recebedores de propina da Planam, empresa de Mato Grosso que vendia as ambulâncias superfaturadas às prefeituras. São eles: Teté Bezerra (PMDB-MT), Lino Rossi (PP-MT), Paulo Baltazar (PSB-RJ), Pedro Henry (PP-MT), Paulo Feijó (PSDB-RJ), Fernando Gonçalves (PTB-RJ), Benedito Dias (PP-AP), Íris Simões (PTB-PR), Wanderval Santos (PL-SP), Pastor Amarildo (PSC-TO) e Cabo Julio (PMDB-MG). Ao todo, eles teriam recebido R$ 990 mil da Planam.
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Outros dois parlamentares que assistiram à explicação do procurador Avelar, diz a matéria da Folha de S. Paulo, notaram uma parte do texto que dizia que os parlamentares João Mendes (PSB-RJ), José Divino (PRB-RJ), Jorge Pinheiro (PL-DF) e Paulo Baltazar (PSB-RJ) comprovadamente receberam dinheiro do esquema.
O Ministério Público Federal já solicitou a abertura de mais 42 inquéritos, que devem ser autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Até agora, o STF autorizou a abertura de inquéritos contra 15 deputados, que correm em segredo de justiça.
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