O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse nesta quinta-feira (27) que nunca houve ingerência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu, em contratos firmados entre o banco com empreiteiras em outros países. A declaração foi dada durante sessão da CPI do BNDES, realizada na Câmara. Questionado pelo deputado João Gualberto (PSDB-BA), ele disse que os empréstimos feitos a empresas que operam com exportações para Cuba, Angola e Venezuela somam aproximadamente R$ 6 bilhões.

Segundo ele, todos os empréstimos estão adimplentes. “O BNDES não participa de tratativas no exterior para obtenção de contratos”, disse Coutinho. O deputado Gualberto disse estranhar a coincidência entre os países financiados pelo BNDES e os convênios de cooperação na área social assinados pelo Instituto Lula, do ex-presidente, que privilegia países latino-americanos e africanos.

Procedimento investigatório criminal instituído pelo Ministério Público Federal (MPF), em 8 de julho, apura se o ex-presidente “teria obtido vantagens econômicas da empreiteira Odebrecht, a pretexto de influir em atos praticados por agentes públicos estrangeiros, notadamente dos governos da República Dominicana e de Cuba, neste caso, em relação a obras financiadas pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social [BNDES] e por agentes públicos federais brasileiros”. O procedimento ainda está em fase de análise.

Já Dirceu é acusado, por investigadores da Operação Lava Jato, de ter mediado contatos da Odebrecht com países estrangeiros após recebimento de propina fruto de contratos da empreiteira com a Petrobras.

 

Com informações da Agência Câmara

 

Mais sobre o BNDES

Mais sobre Operação Lava Jato