Reportagem de O Globo deste domingo mostra que, a quatro meses da eleição, o governo federal decidiu reforçar a sua digital no programa Bolsa Família, que beneficia 9,2 milhões de famílias e tem garantido altos índices de popularidade ao presidente Lula entre as classes de renda mais baixa, especialmente no Nordeste. A Caixa Econômica Federal mandou confeccionar 8,5 milhões de novos cartões do programa, que estão sendo encaminhados pelos Correios para os beneficiários, com uma carta que ressalta os benefícios do programa.
Até maio, os cartões eram distribuídos pela Caixa, muitas vezes em parceria com prefeituras. O novo cartão e a carta que o acompanha têm a marca do governo Lula – “Brasil, um país de todos” – cujo uso foi proibido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a partir de julho, nos três meses antes das eleições.
Em dois dos três modelos de carta encaminhada aos beneficiários do programa, segundo a matéria de Regina Alvarez e Demétrio Weber, aparece em destaque a frase: “O governo federal está concedendo à sua família o benefício do Programa Bolsa Família”. O texto diz que “o governo federal criou o Programa Bolsa Família para apoiar as famílias mais pobres e garantir o direito à alimentação”.
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A Caixa gastará R$ 31 milhões com a confecção e distribuição dos cartões. O governo espera entregar todos até 30 de junho, quando começam a valer as restrições da Lei Eleitoral e fica proibida a propaganda institucional de atos, programas e campanhas realizados por agentes públicos que sejam candidatos, no caso, o presidente Lula.
No primeiro ano de mandato, Lula reuniu no Bolsa Família programas de transferência de renda do governo Fernando Henrique (Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio-Gás) e o que ele mesmo criara, o Cartão Alimentação. Nos anos seguintes, o Bolsa Família foi turbinado com mais recursos, mas os cartões antigos foram mantidos.
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