O corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), informou há pouco que o depoimento do jardineiro Leonardo Moura sobre o episódio da quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa foi adiado para a próxima terça-feira (25). A previsão inicial era de que ele falasse à corregedoria ainda hoje.
“Mantiveram o jardineiro escondido um tempão, mas ele se apresentou à Polícia Federal. Agora já temos o endereço e vamos tentar ouvi-lo. Se não for possível, vou aproveitar o depoimento dado à PF”, afirmou Tuma.
Moura trabalha como jardineiro na casa da jornalista Helena Chagas, diretora da Sucursal de Brasília do jornal O Globo. Em depoimento à PF ontem, ele disse para Chagas que Francenildo voltou de férias do Piauí em janeiro e contou que havia recebido um dinheiro de seu pai biológico e que gostaria de comprar um terreno.
À PF, Moura disse que em momento algum Francenildo comentou que o dinheiro tinha sido depositado numa conta da Caixa Econômica Federal.
Os nomes de Moura e Chagas entraram no episódio porque o ex-ministro Antonio Palocci havia dito antes à polícia que recebeu da jornalista a informação de que o caseiro “tinha um bom dinheiro”. Mas Chagas contradisse o ex-ministro e afirmou para a PF que tinha repassado essa informação para a Palocci.
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Chagas disse que recebeu um telefonema de Palocci no dia 15 de março – véspera da violação do sigilo bancário – perguntando sobre as quantias recebidas pelo caseiro.
A casa de Chagas, localizada no Lago Sul de Brasília, é vizinha da “mansão do lobby”, onde Francenildo trabalhava. A CPI dos Bingos suspeita que a casa, alugada por ex-assessores de Palocci, era usada para festas com prostitutas e fechamento de negócios suspeitos com lobistas.
A jornalista e seu marido, Bernardo Felipe Estellita, também devem ser ouvidos pela Corregedoria do Senado na próxima terça-feira.
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