Rodolfo Torres
O corpo de Celso Pitta, ex-prefeito de São Paulo, foi enterrado há pouco no cemitério Getsêmani, no bairro do Morumbi, zona sul da capital paulista. Ele morreu na sexta-feira (27) no Hospital Sírio-Libanês vítima de um câncer no intestino.
O velório reuniu cerca de 600 pessoas e ocorreu durante toda a tarde deste sábado (21) na Assembleia Legislativa. Na ocasião, uma bandeira do PTB cobriu parte do caixão.
Dentre os familiares presentes ao enterro estiveram a viúva, Rony Golabeck, a mãe do ex-prefeito, dona Zuleica, de 89 anos, e os filhos Vítor e Roberta.
De acordo com a Agência Estado, o cantor e vereador Agnaldo Timóteo (PR-SP) declarou em frente ao caixão do ex-prefeito: “Desculpa por não tê-lo defendido da maneira que merecia”. Agnaldo lembrou que Pitta morreu no Dia da Consciência Negra e questionou: “Onde estão os negros que deveriam ter lutado por Pitta?”. Para o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), “o tempo vai demonstrar que Pitta foi muito injustiçado”.
Aliado de Paulo Maluf (PP), Pitta comandou a cidade mais rica do país entre janeiro de 1997 e dezembro de 2000. O mandato foi sacudido por suspeitas de corrupção, entre elas o escândalo dos precatórios, a partir de denúncias de sua ex-esposa Nicéia Camargo.
Ele chegou a ser afastado do cargo por 19 dias, mas foi reconduzido por ordem da Justiça. Antes de assumir a prefeitura, Pitta foi secretário de Finanças de seu antecessor imediato, Paulo Maluf.
Nicéia e Maluf não compareceram ao enterro. Contudo, o ex-prefeito enviou um telegrama de condolência à família e afirmou estar fora de São Paulo.
Mestre em economia pela Universidade de Leeds, na Inglaterra, com curso de Administração Avançada em Harvard, nos Estados Unidos, Celso Pitta foi executivo da Eucatex, empresa da família Maluf, por vários anos antes de entrar na política.
Em 2008, Pitta foi envolvido nas investigações da operação Satiagraha. Ele chegou a ser preso pela operação da Polícia Federal. O investidor Naji Nahas, que também foi preso pela Satiagraha, foi ao velório de Pitta mas não deu declarações.
Nahas, Pitta e o banqueiro Daniel Dantas foram presos sob acusação de suposto envolvimento em crimes financeiros. Eles foram soltos por meio de habeas corpus concedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).