Mário Coelho
O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PDT-BA), negou nesta quinta-feira (31) o pedido de autoconvocação de Jair Bolsonaro (PP-RJ) para prestar esclarecimentos. O pepista é acusado de racismo e homofobia por conta de declarações dadas ao programa CQC, da TV Bandeirantes, veiculadas na noite de segunda-feira (28). Por conta delas, já tramitam seis representações contra ele na Corregedoria da Câmara.
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Segundo o presidente do conselho, o pedido foi negado por conta de uma questão formal. Para ser aberta uma investigação ou para haver um depoimento, é preciso que a Mesa Diretora, o corregedor da Casa ou um partido político apresente o requerimento. Por conta disso, a sugestão de Bolsonaro foi enviada à Mesa, que deve decidir o que fazer até amanhã (1º).
No quadro “Povo quer saber”, o deputado foi questionado pela cantora Preta Gil sobre como agiria se seu filho se apaixonasse por uma negra. “Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu”, respondeu Bolsonaro.
Até agora, o corregedor da Câmara, Eduardo da Fonte (PP-PE), recebeu seis representações contra Bolsonaro. Três foram de autoria de parlamentares. Edson Santos (PT-RJ), ex-ministro da Igualdade Racial do governo Lula, Luiz Alberto (PT-BA) e a procuradora feminina da Casa, Elcione Barbalho (PMDB-PA) apresentaram um cada. Outro veio da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH), com a assinatura de 20 parlamentares.
A seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) também entregou um pedido de investigação contra Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar. A última representação foi elaborada pelo ouvidor da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, Carlos Alberto Júnior.
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