Mário Coelho
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu nesta terça-feira (11) investigar o procurador-geral do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, e a promotora Deborah Guerner. A decisão ocorreu após pedido do conselheiro Bruno Dantas, que argumentou que o Ministério Público do DF (MPDF) não tem condições para investigar, “de forma isenta”, o caso envolvendo os dois. Além disso, criticou a morosidade da corregedoria geral do MP local.
Bandarra e Guerner são investigados por conta de uma denúncia feita pelo ex-secretário de Relações Institucionais do DF Durval Barbosa. Delator do mensalão do ex-governador José Roberto Arruda, e principal testemunha do Ministério Público Federal (MPF) no inquérito 650DF, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), afirmou em depoimento que entregou R$ 1,6 milhão para a promotora em troca de informações sobre operações do MPDF. De acordo com ele, o dinheiro seria repartido com Bandarra. Durval ainda acusa os dois de receber propina para a prorrogação de contratos de coleta de lixo, sem licitação.
De acordo com o CNMP, o relator do processo, conselheiro Maurício Albuquerque, rejeitou o argumento de morosidade, mas concordou com a idéia de que o MPDF, pela falta de sintonia de seus membros no contexto atual, não apresenta as condições para continuar as investigações. “Parto do princípio de que a difusão de fatos extraordinariamente danosos à imagem do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, mesmo que materializados em meio midiático, estão a justificar o exame da matéria em ambiente mais imune a opinativos desairosos da imprensa e da sociedade que é este CNMP, porque, tudo indicando, desfiliado de tendências em decorrência de ser constituído por membros representantes de variadas instituições,” argumentou.
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