Ontem, a Corregedoria-Geral do Ministério Público de Goiás já havia aberto uma investigação sobre o caso, a pedido do próprio Benedito. Em entrevista publicada nesta terça-feira pelo Correio Braziliense, o procurador-geral de Justiça sinaliza que rompeu com o irmão por causa do uso de seu nome nas conversas com Cachoeira.
Leia também
Leia outros destaques de hoje do Congresso em Foco
“A partir do momento em ele cita meu nome e o nome do Ministério Público, então que ele caminhe da maneira como ele entender, e eu vou caminhar da maneira como eu sempre trabalhei aqui dentro do MP, trabalhando todos os dias preservando a legalidade”, declarou. “Uma vez irmão, ele vai ser meu irmão para o resto da vida. Agora, na questão institucional, ele pense da maneira como ele entender e eu penso da maneira como eu entender”, acrescentou.
O tom das declarações desta vez foi mais duro que o adotado em entrevista publicada pelo jornal O Popular, de Goiânia, no último domingo, quando o procurador-geral de Justiça disse que estava “indignado” com o uso de seu nome por Demóstenes, a quem acusou de “irresponsabilidade”. Na ocasião, ele afirmou que, mesmo assim, não abandonaria o irmão por uma questão de “humanidade”. De acordo com gravações da Polícia Federal, Demóstenes se prontificou a pedir ao irmão que atendesse a demandas apresentadas por Cachoeira. Benedito diz que os pedidos não foram atendidos e que não sabia da relação do senador com o contraventor.
Em um dos diálogos gravados pela Operação Monte Carlo, Cachoeira pede a Demóstenes que converse com o irmão para que o Ministério Público de Goiás interceda contra uma transportadora. Em outro, o pedido é para que o procurador-geral de Justiça receba um vereador.
Demóstenes é alvo de uma representação no Conselho de Ética do Senado, onde responde a processo por quebra de decoro. O senador, que se desfiliou do DEM após ser ameaçado de expulsão, está trabalhando em sua defesa. Na semana passada, ele esteve no Conselho de Ética para dizer que provaria sua inocência.