O Conselho de Ética da Câmara abriu processo contra os deputados Olavo Calheiros (PMDB-AL) e Paulo Magalhães (DEM-BA). Representação do Psol acusa os dois de se envolverem com a máfia das obras, denunciada pela Polícia Federal na Operação Navalha. Contra Olavo, irmão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pesa ainda a denúncia de ter negócios suspeitos com a cervejaria Schinchariol em parceria com o senador.
De acordo com a Secretaria-geral da Mesa da Câmara, ontem (7), as representações foram numeradas, publicadas e encaminhadas ao Conselho, o que dá início aos processos contra os parlamentares. Entretanto, a chefia de gabinete da Secretaria não soube informar se o prazo para renúncia de Olavo e Magalhães já se esgotou. Quando há processo no Conselho de Ética, os parlamentares não podem mais renunciar, o que evitaria uma eventual cassação e perda dos direitos políticos por oito anos.
Gautama
Diálogos interceptados pela PF mostram Magalhães discutindo com o empreiteiro Zuleido Veras – apontado pela polícia como líder de quadrilha que burlava obras públicas – negociando pressão sobre ministros do Tribunal de Contas da União. A idéia era forjar um pedido de vista de um ministro do TCU para dar mais tempo ao empresário investigado. Segundo a PF, Magalhães recebeu R$ 20 mil de propina da Gautama, a empresa de Zuleido.
Outra escuta telefônica mostra Zuleido citando o nome de Olavo Calheiros. De acordo com o diálogo, “Olavinho” ajudou o empresário a liberar emendas parlamentares para obras de seu interesse.
Depoimento
O Conselho de Ética está reunido na tarde de hoje para ouvir o depoimento de Mário de Oliveira (PSC-MG). Ele é suspeito de encomendar o assassinato de Carlos Willian (PTC-MG). (Eduardo Militão)