Após o escândalo da compra fraudulenta de ambulâncias com recursos do Orçamento da União, deflagrado pela “Operação Sanguessuga” da Polícia Federal, o Congresso vai discutir a possibilidade de alterar a elaboração da peça orçamentária.
Uma comissão, composta por três deputados e três senadores, ficará incumbida de receber sugestões, discuti-las e, posteriormente, apresentá-las para votação. Com as mudanças, os lideres partidários e os presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), esperam coibir o uso de emendas parlamentares ao orçamento para desviar recursos públicos.
Apesar das alterações prometidas, os deputados e senadores que participaram de uma reunião com os presidentes das duas Casas disseram não ser de responsabilidade do Legislativo a crise gerada pelos desvios de recursos com a participação de assessores e que coloca deputados e senadores sob suspeita.
"A crise das ambulâncias é do Executivo Federal e das prefeituras. Está claro que a crise é de execução do Orçamento", afirmou o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA). "Esse não é um problema sistêmico do Congresso Nacional. O Orçamento deve ser aperfeiçoado ao máximo para evitar esses esquemas de desvio", afirmou o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS).