A sucessão de denúncias de corrupção que derrubaram seis ministros no primeiro ano de governo da presidenta Dilma Rousseff é tema de reportagem publicada hoje pelo jornal norte-americano The Washington Post. A matéria, intitulada “Em seu primeiro ano, a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, limpa a casa” é assinada por Juan Forero, correspondente na América do Sul.

Para avaliar as reações da presidenta às denúncias de corrupção, o jornal entrevistou o diretor do Congresso em Foco, Sylvio Costa. O site é classificado pelo jornal como uma referência brasileira no combate à corrupção. Para Sylvio, a ação de Dilma contra seus ministros envolvidos em denúncias é uma novidade no cenário político brasileiro. “Acho que ela está tentando evitar práticas que outros presidentes não pareciam tão incomodados em aceitar”, disse Sylvio. Para o diretor do Congresso em Foco, dada a necessidade de apoio político amplo para obter maioria no Congresso, eliminar a corrupção não será uma tarefa fácil no Brasil. “É um caminho longo e duro”, afirmou ele.

Segundo a reportagem, “Dilma já demonstrou pouca paciência para qualquer cheiro de corrupção em seu governo, que incluiu remanescentes do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

De acordo com Sylvio Costa, o que está acontecendo é parte de uma tradição da elite política brasileira de se apropriar do que é público. “Acho que o cerne do problema é que existe uma cultura de apropriação de cargos no governo e o uso deles em benefícios pessoais ilegais, e acho que isso advém de uma longa tradição no Brasil”, explicou Sylvio ao jornal americano. A publicação ressalta que atualmente 22 senadores e 114 deputados estão sob investigação criminal.

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