Fábio Góis
Na última atividade de 2010, o Congresso não conseguiu aprovar na noite desta quarta-feira (22) um projeto de resolução que, com a chancela do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), permitiria que congressista não reeleito pelo voto popular fosse indicado para integrar, em 2011, o Parlasul – o Parlamento do Mercosul, bloco político-econômico composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Se fosse aprovado, a proposição serviria como uma espécie de prêmio a deputados e senadores que, derrotados nas urnas em outubro, ficariam sem função política a partir de fevereiro do próximo ano.
Entenda o caso: Congresso insiste em volta de parlamentar biônico
Incluído como último item da pauta da sessão que aprovou o orçamento de 2011, o projeto ressuscitaria a figura do “parlamentar biônico”. Como também adiantou o Congresso em Foco nesta quarta, a iniciativa poderia fazer o Uruguai deixar o bloco. A informação foi repassada ao deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), ex-presidente do Parlasul, pelo vice-chanceler do país vizinho, Roberto Conde.
Durante a votação do orçamento, o DEM designou como líder em plenário o senador Heráclito Fortes (PI), um dos potenciais beneficiários do projeto de resolução. Com isso, o parlamentar teria a prerrogativa de encaminhar votação pelo partido, fazer obstrução e outras medidas regimentais.
A ementa do projeto chegou a ser lida pelo deputado que presidia a sessão, Odair Cunha (PT-MG). Mas não houve discussão e nem votação.
Ao final da sessão, Dr. Rosinha demonstrou alívio à reportagem. O petista quer agora a aprovação de uma proposição exigindo eleições diretas para membros do Parlasul, entre outras limitações. “Em fevereiro ou março a gente aprova uma nova resolução, mas sem essa história”, declarou o deputado, que iria esperar até a meia-noite para garantir a rejeição da matéria.
Àquela altura, Heráclito não estava mais no plenário da Câmara, onde ocorria a sessão.
Veja a íntegra do projeto de resolução que não foi votado