O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), confirmou para a próxima quarta-feira (7), a votação em plenário da representação contra o deputado Romeu Queiroz (PTB-MG), acusado de receber recursos do valerioduto. No entanto, a votação ainda depende da decisão do recurso interposto por Queiroz na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
No último dia 9, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar recomendou a cassação do mandato de Queiroz por 12 votos a dois. De acordo com o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, o deputado recebeu R$ 350 mil do esquema de caixa dois montado pelo PT. Em sua defesa, Queiroz afirmou que os recursos recebidos foram utilizados nas campanhas do PTB em Minas Gerais, a pedido do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e do ex-ministro dos Transportes e atual prefeito de Uberaba (MG), Anderson Adauto. Romeu Queiroz disse ainda que não cabia a ele dar recibo ou fazer a contabilização dos recursos, e sim à primeira-secretária do PTB mineiro, que teria recebido o dinheiro.
Queiroz apresentou recurso à CCJ, pedindo que o processo de cassação seja enviado à Mesa Diretora da Câmara sem o parecer do Conselho de Ética. Ele alega que o órgão não cumpriu o prazo regimental de votação do parecer em cinco sessões ordinárias. Ele também requer a nulidade da representação, argumentando que os advogados do PL, autor do pedido de cassação, não têm procuração com poderes especiais para apresentar a queixa contra ele. O relator do recurso é o deputado Paulo Afonso (PMDB-SC).
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Queiroz acredita que pode reverter a decisão do Conselho na votação em Plenário. "Quem não roubou, quem não usou o caixa dois, não vai ser cassado. O Plenário vai ter consciência disso", aposta.