"É votando que se recebe
Senhores senadores,
Aí estão as chinelinhas. Se era isso o que faltava, não falta mais. Não falta mais nada para exibir aos olhos arregalados de uma nação que sofre a desídia, o desinteresse, a incapacidade de uma instituição com essa história e essa representatividade que é – ou, pelo menos, deveria ser – o Senado. Desídia no trato da coisa pública. Desinteresse pelos destinos da República. Incapacidade de apartar o público do partidário, o que, aliás, é a marca registrada do governo do PT.
Sucede que essa coisa pública e essa República têm, para garantir seu destino, um agente principal: o povo brasileiro. E Vossas Excelências estão comprovando que entre o povo e seus – vá lá que o sejam – representantes há uma distância que cresce tanto que somente pode ser medida em “renans”, a medida exata do emporcalhamento a que está sendo sujeito o Senado de nosso país.
Protestamos. E o fazemos sabendo que existem exceções, mas são senadores que entendem com absoluta clareza, o sentido de nossa mensagem, ou seja, de nossa revolta.
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O Senado, senhores senadores, está em pane. Uma pane intrinsecamente ligada a um processo de deteriorização de princípios e conceitos éticos, de forma que fica difícil, para aqueles que prezam pela ética, conseguir se diferenciar a meio dessa geléia geral. Quando se destacam por uma postura ética e coerente são punidos como aconteceu com os senadores Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS), que foram desligados da Comissão de Constituição e Justiça por manterem coerência em suas posições.
E isso é altamente pernicioso. Porque é no meio do caos por eles mesmos provocado que podem se esconder e fugir à responsabilidade que, queiram ou não queiram, assumirão frente à nossa gente e à nossa terra. Pior, conseguem, nessa situação caótica, vestir as sandálias dos andarilhos de Deus e sair pregando, com orações falsificadas ou deletérias seu evangelho degenerado, retrógrado, mesquinho e amesquinhador.
Há tempo, está claro que há tempo de o Senado reagir e fugir ao anátema de antipovo. E sem precisar se sacudir como um cão molhado a expulsar de seu dorso, no mesmo ato, a água e as pulgas. Basta que se respeitem os comportamentos previamente definidos pelo conceito de decoro parlamentar. Basta que se respeite a vontade do povo, desse mesmo povo cuja representação a Constituição manda seja feita, também, por Vossas Excelências. E o que muitas de Vossas Excelências estão fazendo é reduzir a nada essa representação, fartando-se com seus gordos frutos, inteiramente alienados frente às obrigações cujo cumprimento deveria ser a essência mesma do comportamento parlamentar de cada senador.
Juventude Popular Socialista
Lutando pela ética e decência
E contra este sistema MEIA BOCA