Os líderes partidários adiaram para amanhã (8), às 14 horas, a distribuição das presidências das comissões. A informação é da Agência Câmara. De acordo com o deputado Chico Alencar (RJ), líder do Psol na Casa, os dois maiores blocos (PMDB-PT-PTB-PP-PR-PSC-PTdoB-PTC e PSDB-PFL-PPS) estão com dificuldades de acomodar as suas indicações.
O deputado Luciano Castro (RR), líder do PR, afirmou que o grande problema para definir a presidência das comissões são as divergências internas dos blocos. “Enquanto não houver um acerto interno, os blocos não poderão definir as comissões”, afirmou. O deputado cita como exemplo a comissão de Ciência e Tecnologia, que é disputada dentro do super-bloco governista e também é alvo das demais alianças.
“Nunca se teve bloco com essa dimensão. É difícil chegar a um acordo. Para isso, é necessário haver algumas negociações paralelas. Todos pretendem presidir as comissões, mas poucos serão ungidos”, concluiu.
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Bancada petista quer presidir três comissões
A bancada do PT na Câmara definiu quais são as comissões da preferência do partido. Entretanto, os parlamentares ainda não definiram os nomes dos presidentes das comissões.
A primeira comissão visada pelo PT é a de Finanças e Tributação. A de Educação é a que está em segundo lugar na mira dos petistas. Já a terceira é a de Ciência e Tecnologia.
No entanto, há uma tendência de que o PMDB também opte pela Comissão de Educação, que poderá ser presidida pelo deputado Gastão Vieira (PMDB-MA).
Por esse motivo, a bancada petista ainda fez uma quarta escolha: a Comissão de Desenvolvimento Urbano. Além disso, o PT respeitou um acordo que havia feito com o PSDB para conduzir o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara e deixou a Comissão de Relações Exteriores para os tucanos.
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Erundina é vítima de golpe do falso seqüestro
A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) foi vítima, na manhã de hoje, do golpe do falso seqüestro. Por volta das 11h, durante uma reunião na Câmara, ela recebeu um telefonema anunciando que sua irmã teria sido seqüestrada. Na mesma ligação uma mulher chorando chegou a chamar a parlamentar por um apelido familiar. Cerca de 20 minutos depois da ligação Erundina conseguiu contato com a irmã, revelando a farsa.
A Polícia foi informada sobre o ocorrido e iniciou investigações para tentar rastrear a origem da ligação telefônica. Apesar do susto, Erundina, que foi atendida pelo serviço médico da Câmara, passa bem.
Dez deputados pedem licença e mudam bancadas
Com a saída de dez deputados da Câmara, que pediram licença da atividade parlamentar, dez suplentes assumirão as cadeiras, o que alterará o tamanho das bancadas. O novo quadro fará com que o PFL empate com o PSDB. Isso porque os tucanos perderão um deputado e o PFL ganhará um, deixando cada partido com 63. Quem também perderá um representante é o PT, que ficará com 82 deputados.
Os parlamentares pediram licença para assumir cargos em seu estado de origem, normalmente o de secretário, como é o caso do Dr. Pinotti (PFL-SP), que irá assumir uma pasta no governo José Serra (PSDB-SP).
Confira a relação de deputados
Jairo Ataíde (PFL-MG) substitui Custódio Mattos (PSDB-MG)
Jorginho Maluly (PFL-SP) substitui Dr. Pinotti (PFL-SP)
Cláudio Magrão (PPS-SP) substitui Dimas Ramalho (PPS-SP)
Bispo Gê (PFL-SP) substitui Walter Feldman (PSDB-SP)
Dr. Basegio (PDT-RS) substitui Enio Bacci (PDT-RS)
Claudio Diaz (PSDB-RS) substitui Nelson Proença (PPS-RS)
Eduardo Benedito Lopes (PSB-RJ) substitui Alexandre Cardoso (PSB-RJ)
Uldurico Alves Pinto (PMN-BA) substitui Geraldo Simões (PT-BA)
Joseph Wallace Faria Bandeira (PT-BA) substitui Luiz Alberto (PT-BA)
Airton Bernardo Roveda (PPS-RS) substitui Cássio Taniguchi (PFL-PR)
PTB apresentará pedido de anistia para Jefferson
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, uma minuta do projeto de anistia do deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ) será apresentada amanhã (8), em Brasília, durante o Congresso Nacional do PTB.
“Vamos discutir na reunião desta quinta a parte jurídica do projeto e, se ele estiver de acordo com os termos da minuta, já acertamos a estratégia para recolher as assinaturas”, afirmou o responsável pelo documento, o secretário-geral da legenda, deputado estadual Campos Machado (PTB-SP).
Entretanto, em entrevista concedida ontem (6) à rádio CBN, Jefferson ressaltou que só retornaria ao Congresso pela vontade do povo, e não por acordos políticos.
Lula pede a Dirceu que interrompa anistia
O presidente Lula, segundo o jornal Folha de S. Paulo, por meio de um emissário, pediu ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu que interrompa um pouco a articulação para apresentar um projeto de anistia à Câmara.
Dirceu, por sua vez, teria garantido que não pretende articular a apresentação do projeto antes do Supremo Tribunal Federal (STF) se manifestar sobre a denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, que o acusou de chefiar a “quadrilha” do mensalão. No entanto, Dirceu não confirmou essa informação dada pelo jornal.
O ex-ministro afirmou que submeter o projeto agora à Câmara, por meio de um deputado do PT, só reforçaria a resistência à anistia. Já se a denúncia contra ele for recusada pelo STF, o projeto ganharia força política, podendo até ser assumido pelo PT e os aliados do governo no Congresso.
Partidos da base do governo decidiram eleição, diz Aldo
Quase uma semana depois de ser derrotado na disputa pela presidência da Câmara, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que atribui a vitória do petista Arlindo Chinaglia (SP) ao “apoio da cúpula da maioria dos partidos da base do governo”. “Houve também algum nível de apoio de ministros ligados ao PT e de ao menos um governador de um estado importante, como São Paulo”, ressaltou.
Ao ser questionado sobre qual ministro teria uma participação crucial no resultado da eleição, Aldo apenas respondeu que “o nome do santo não é o mais importante”. “Importante é que se operou um milagre”, disse.
O deputado comunista ainda declarou que, se houve realmente a oferta de cargos e de outras vantagens em nome da vitória de Chinaglia, o método usado pelo adversário foi “condenável”.
Aldo também negou que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, tenha proposto que ele renunciasse à disputa. “Não, na visita da ministra não houve proposta de renúncia nem a ministra insinuou qualquer tipo de atitude que não fosse a de respeitar as duas candidaturas”. Entretanto, acrescenta, “no final da eleição, eu não tenho a convicção se essa atitude foi mantida”.
O parlamentar disse ainda que não tem como confirmar se Dilma ligou para outros deputados pedindo votos para Chinaglia. “Apenas os deputados que receberam essas ligações podem falar sobre esse assunto. Não acredito que ela tenha pedido voto”, afirmou.
Sobre o que muda na relação com o governo que não o apoiou durante a disputa, o ex-presidente da Casa comentou que a relação dele “é a do bloco parlamentar que apóia o governo”. “O que marca a nossa relação é uma maior independência de projetos e de atitudes em relação ao PT”, respondeu.
Quanto ao presidente Lula, Aldo ressaltou que não se sentiu abandonado pelo chefe máximo do país. “Ao menos, o presidente manifestou publicamente a sua atitude de respeito às duas candidaturas”.
Ao ser questionado sobre o que fará caso Lula o convide para assumir algum ministério, a resposta do deputado foi: “Eu creio que não é conveniente discutir iniciativas que são próprias da esfera do presidente. Dizer que aceitaria pareceria a busca de uma compensação pela perda da Câmara. Dizer que não aceitaria teria o sentido de uma grosseria, algum tipo de ressentimento. Essas coisas também nunca são decisões pessoais. Eu integro um partido, um bloco de parlamentares que dispõe de quadros experientes”.
Por fim, Aldo afirmou que o bloco tem disposição para disputar a eleição para presidente da República em 2010. “O nosso compromisso é com o governo Lula, não é com o PT”, finalizou.