A Comissão de Direitos Humanos da Câmara decidiu pedir ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) que determine a retirada do ar de uma propaganda estrelada pelo jogador Neymar por entender que o comercial promove “bullying com estrangeiros no Brasil”. O ofício, aprovado ontem (12), também recomenda ao Conar que oriente as empresas a evitarem qualquer propaganda que possa violar os princípios da dignidade humana.
O comercial em questão é do Guaraná Antarctica, produzido pela agência DM9DDB. Na peça publicitária, Neymar faz “pegadinhas” com estrangeiros ao ensiná-los, por escrito, a pedir a bebida em quiosque de uma praia brasileira.
“Um jogador de futebol, respeitado no Brasil e no exterior, questionado por um turista sobre como pedir a bebida, ele ensina: um guaraná para o água de salsicha, um ‘garrana’ para o filhote de cruz credo. Ainda tem serra pelada e cão chupando manga… Fácil ver. Não se trata de apenas mais uma propaganda criativa. Trata-se da promoção do bullying, sua forma de praticá-lo, determinando inclusive seu público alvo: o turista em visita ao Brasil, no ano em que se realiza a Copa do Mundo”, diz o requerimento, do deputado Marcos Rogério (PDT-RO).
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Segundo o deputado, campanhas publicitárias não podem promover a discriminação. “Estamos nos aproximando da Copa do Mundo. Evento esportivo que reunirá no Brasil turistas da maior parte do mundo, e nesse sentido, não podemos admitir a propaganda da Antarctica que promove o bullying”, reforçou o pedetista.
Em nota à imprensa, a Ambev, grupo do qual a Antarctica faz parte, disse que não teve a intenção de discriminar quem quer que seja. Lamentou que o comercial tenha sido mal interpretado e ressaltou que a propaganda saiu do ar anteontem (11), conforme estava previsto em seu plano de mídia. “A companhia lamenta que a brincadeira de Neymar com seus amigos tenha sido mal interpretada por algumas pessoas”, diz o comunicado.
Além de Marcos Rogério, também assinam o pedido de providências ao Conar as deputadas Érika Kokay (PT-DF) e Janete Rocha Pietá (PT-SP) e os deputados Domingos Dutra (SDD-MA), Nilmário Miranda (PT-MG) e Jean Wyllys (Psol-RJ).
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