A Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência iniciou há pouco reunião em que serão ouvidos o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Armando Félix; o diretor-geral afastado da Abin, Paulo Lacerda; e o diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa.
O objetivo da sessão é esclarecer sobre a interceptação clandestina da conversa telefônica entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). O teor da conversa foi revelado à imprensa e atribuído a agentes desviados da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A denúncia contra a agência, no entanto, ainda não foi comprovada.
A princípio, a reunião seria fechada para o público e imprensa. No entanto, foi aberta após debate interno entre os parlamentares da comissão.
O líder do PSDB do Senado, Arthur Virgílio (AM), defendeu a iniciativa. “Chega de coisa secreta nesse país”, disparou o tucano. Para Virgílio, a realização de grampos ilegais no país está fora do controle das autoridades.
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“Como senador sinto que os senhores devem uma satisfação para mim” ressaltou o senador ao se dirigir aos três convidados. “Não tolero a idéia de que estejam ouvindo minhas conversas e da minha família. Conversa particular minha é minha. Hoje se está perdendo o controle da situação”, acrescentou.
De acordo com reportagem da Revista Veja, do dia 15 de julho, o tucano é um dos alvos de grampos ilegais realizados por agentes da Abin.
A comissão é composta pelos líderes do governo na Câmara e no Senado, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e senador Valdir Raupp (PMDB-RO); pelos líderes da Minoria, deputado Zenaldo Coutinho (PSDB-PA) e senador Mário Couto (PSDB-PA); e pelos presidentes das comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional do Congresso, deputado Marcondes Gadelha (PSB-PA) e o senador Heráclito Fortes (DEM-PI). A comissão parlamentar foi criada junto da Abin, em 1999, e tem como prerrogativa o controle externo das atividades da entidade. (Erich Decat)