A comissão de ética pública da presidência da República decidiu hoje (29) solicitar informações ao ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró sobre a compra da refinaria de Pasadena (EUA) pela estatal. O colegiado deliberou que o ex-diretor tem dez dias para se manifestar sobre a “sonegação de dados relevantes” ao conselho de administração da empresa.
Cerveró é acusado de omitir cláusulas importantes do documento que embasou a compra da refinaria. De acordo com decisão dos conselheiros da comissão, o ex-diretor pode apresentar provas documentais, que serão levadas em conta na avaliação da denúncia e em uma possível aplicação de penalidades. Como Nestor Cerveró já deixou a diretoria, a comissão de ética pode aplicar-lhe apenas censura ética.
Em depoimento na Câmara há duas semanas, o ex-diretor, que deixou em março o conselho de administração da BR Distribuidora, disse que não tinha intenção de enganar ninguém com a omissão das cláusulas.
Reportagem publicada em março pelo jornal O Estado de S. Paulo revelou que a compra da refinaria teve o aval da presidenta Dilma Rousseff, que na época era ministra-chefe da Casa Civil e presidenta do conselho de administração da Petrobras. Em resposta, o Planalto divulgou nota explicando que, no documento elaborado por Cerveró sobre o negócio, foram omitidas as cláusulas Marlim e de Put Option que integravam o contrato.
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O colegiado decidiu também pedir esclarecimentos a autoridades do alto escalão do governo sobre o recebimento de convites da Petrobras para o grande prêmio do Brasil de Fórmula 1. Os conselheiros também deram dez dias para que se manifestem os ministros da Fazenda, Guido Mantega; do Planejamento, Miriam Belchior; e da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti. O caso veio à tona em março, também pelo jornal O Estado de S. Paulo, que informou que uma lista de convidados VIP da Petrobras foi entregue a parentes dos ministros.
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