Contribuição americana
O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, recebeu uma nova missão do governo: convencer o presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, a determinar que os órgãos de inteligência/segurança de seu país liberem documentos – ainda mantidos sob reserva – que a Comissão Nacional da Verdade precisa para recontar a história dos anos de chumbo no Brasil. O capitulo da participação americana no período que vai das vésperas do golpe civil-militar de 1964 ao fim do regime, em 1985, ainda está inconcluso.
Diplomacia
As negociações estão sendo travadas entre o Itamaraty e as autoridades responsáveis pela política externa americana. Chegou-se a pensar inicialmente na possibilidade de um contato direto entre a presidente Dilma Rousseff e Obama.
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Apoio e ressentimentos
O tema é delicado porque o governo americano apoiou o regime militar e fechou os olhos para a violação dos direitos humanos; de seu lado, ainda guarda ressentimentos por causa do seqüustro de seu ex-embaixador Charles Elbrick e pelo assassinato do capitão americano Charles Rodney Chandler, em setembro e outubro de 1969.
Péssimo negócio
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) foi um dos primeiros parlamentares a assistir, no celular de um jornalista, o vídeo com as picantes cenas de sexo envolvendo a assessora de seu colega Ciro Nogueira (PP-PI) e da CPI do Cachoeira. “E eu aqui com um assessor desses”, brincou, apontando para um servidor de seu gabinete.
Fim do lobby
A criação, ontem, da comissão de senadores encarregada de analisar o anteprojeto da reforma penal é a pior coisa que poderia acontecer para os defensores da legalização do jogo. Ela funcionará sob pressão da CPI de Cachoeira que, como se sabe, só existe porque a contravenção está na origem de uma série de crimes.
Crime
A possibilidade da exploração de jogos virar crime agora é concreta e desconstruiu o caro lobby pela legalização bancado por empresários e que tinha forte receptividade no Congresso.
Temas polêmicos
A comissão tem pelo menos outros cinco temas polêmicos para analisar: a descriminalização da maconha para uso, a legalização do aborto, a punição de motoristas embriagados, a criminalização do bullyng e o endurecimento da lei que pune a tortura.
Ansiedade de Pagot
O ex-diretor do Dnit Luiz Antônio Pagot tem dito a amigos que está ansioso para ser convocado pela CPI do Cachoeira, mesmo que o que tem a dizer possa causar estrago em seu próprio partido, o PR, antigo controlador da área de transportes.
Chega de inutilidades
Terminou a fase das convocações inúteis. Quando retomar os trabalhos, em agosto, a CPI só vai chamar quem estiver disposto a falar. Quem entrar com habeas corpus preventivo será tratado como investigado passível de indiciamento.
Enxugando gelo
Dos 24 personagens que compareceram à CPI, 13 usaram o direito de permanecer calado, dois falaram só o que lhes interessava e os nove que concordaram em responder a todas as perguntas pouco acrescentaram.
Aos amigos, as benesses
Desde que o afilhado Fernando Bezerra Coelho assumiu o Ministério da Integração Nacional, o governador Eduardo Campos não tem mais problemas de caixa. Os recursos do ministério em convênios não emergenciais duplicaram. Em apenas 70 dias (maio, junho e julho), já foi liberado mais do que em 12 meses de qualquer ano desde a criação do Ministério.
Ceará
Para evitar confronto com a ala independente do PSB liderada por Ciro Gomes, em uma só canetada o ministério liberou de uma vez só vez R$ 89 milhões para o governo cearense, o dobro do que havia saído desde a posse de Bezerra Coelho.
Bahia
O aliado petista Jaques Wagner, da Bahia, apesar de governar um estado com quase o dobro da população de Pernambuco, recebeu no mesmo dia que o cearense Cid Gomes R$ 66 milhões. Até então, os baianos só haviam conseguido a liberação de pouco mais da metade dos recursos de Campos.
Primos pobres
Maranhão, Alagoas, Rio Grande do Norte e Sergipe ficaram com os trocados. Destaque para o governo piauiense, do também integrante do PSB, Wilson Martins, que ficou com cinco vezes mais do que Roseana Sarney, do Maranhão, que tem o dobro da população do Piauí.
Guerra maranhense
O presidente da Embratur, Flávio Dino, atribui a seu adversário, José Sarney, a divulgação de notícias sobre sua amizade com Dedé Macedo, suspeito de ligações com a quadrilha envolvida no assassinato do jornalista maranhense Décio Sá. Flávio teria viajado num helicóptero do contraventor na campanha passada.
Baixaria
“Continua a campanha nazista, criminosa e mentirosa, movida pela oligarquia chefiada pelo senador Sarney. Pelo visto, a baixaria vai ate 2014” escreveu Dino no twitter.
Com Gilmar Correa e Marcos Seabra
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