A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados vai ouvir, em audiência pública, o presidente do Banco HSBC no Brasil, André Guilherme Brandão. O objetivo dos deputados é esclarecer as investigações jornalísticas divulgadas em fevereiro sobre o escândalo financeiro conhecido como “SwissLeaks”. O Brasil aparece como o quarto país em número de clientes que usam contas secretas na filial suíça do banco.
As denúncias apontam para o total de 7 bilhões de dólares em depósitos mantidos por mais de 6 mil brasileiros em contas secretas. Dentre os clientes brasileiros, estão alguns investigados na Operação Lava Jato.
Autor do requerimento para a audiência, o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) acredita que o debate pode acalmar investidores e correntistas do HSBC. “Nós queremos saber do presidente exatamente como isso começou, como um banco que era um banco de respeito, um banco de tradição internacional, de repente derivou para essas contas suspeitas. O esclarecimento dele será muito importante para estabilizar o sistema financeiro”, ressaltou.
Leia também
O líder da Minoria, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), acha que a audiência pública na Câmara pode ajudar as investigações no âmbito da CPI do Senado Federal que vai investigar contas de brasileiros no Banco HSBC na Suíça.
“É mais uma contribuição na medida em que algo bem efetivo, que é a CPI do HSBC no Senado Federal, que vai ter poderes de fato de investigação, poderes judiciais, para poder quebrar sigilos, determinar diligências, e vão apresentar sobre esses brasileiros que tinham conta quantos não tinham esses recursos apresentados à Receita Federal”, destacou Bruno. “Para que a Receita possa cobrar os recursos oriundos de impostos não recolhidos e possa ser apreciado na esfera do Ministério Público eventual crime de evasão de divisas.”
A audiência na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara ainda não tem data marcada. O colegiado também convidou para os debates o jornalista Jamil Chade, que teve acesso aos dados do SwissLeaks.
Publicidade