Sônia Mossri |
O comandante Albuquerque, que pertence ao grupo do ex-ministro do Exército do governo Sarney (1985-1990), Leônidas Pires Gonçaves, informou a um grupo de oficiais, na última sexta-feira (19), que o presidente Lula foi sensível aos argumentos dos militares e não autorizou a promoção a general do subtenente Apolônio de Carvalho, expulso do Exército em 1935 por ter participado da Intentona Comunista durante o governo Vargas. A promoção de Apolônio, atualmente com 92 anos e morando no Rio de Janeiro, foi duramente defendida pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, o que provocou profundo mal-estar no meio militar. De acordo com o general Albuquerque, Lula compreendeu as razões do Exército contra a promoção e afirmou que poderia "dar tudo, menos a promoção”, O ministro da Articulação Política, Aldo Rebelo, foi lembrado pelo general Albuquerque como exemplo de compreensão do governo Lula com as peculiaridades da atividade dos militares. Ele lembrou que Aldo Rebelo afirmou, durante o programa “Roda Viva”, exibido pela TV Cultura de São Paulo e Radiobrás , que “os militares são pagos para morrer”. Não podem ter outro emprego, observou Aldo no mesmo programa, e possuem jornada de trabalho superior à dos civis. Por isso mesmo, alegou Rebelo, comunista de carterinha e deputado licenciado do PC do B, os militares devem possuir um sistema previdenciário diferenciado. Leia também Ainda na exposição aos oficiais da reserva, no “chopp amigo” patrocinado pelo Comando Militar do Planalto (CMP), o comandante do Exército tranqüilizou os colegas de farda sobre o saneamento das finanças do Fundo de Saúde do Exército (Fusex). Os militares descontam em média 10% dos seus vencimentos, todo mês, para o sistema de saúde. Além disso, pagam 20% do valor total de todos os serviços, exames, cirurgias e outros procedimentos médicos. |