Rudolfo Lago
Com a decisão da senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) de assinar um pedido de CPI para apurar o enriquecimento do ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, cresce no governo a ideia de afastá-lo do cargo. Com a adesão de Ana Amélia, bastam agora apenas mais sete assinaturas para se obter o número mínimo de apoios para a CPI.
Antes da perspectiva de instalação de uma CPI tornar-se concreta, a presidenta Dilma Rousseff inclinava-se por esperar a decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de instaurar ou não um inquérito para apurar o enriquecimento de Palocci. Se Gurgel instaurasse o inquérito, Dilma o exoneraria. Em caso contrário, poderia poupá-lo. Agora, a presidenta teme ser engolida pelos acontecimentos políticos. Se a CPI for instalada, já não fará diferença demitir ou não o ministro.
Os que têm aconselhado Dilma a afastar logo Palocci argumentam que esse gesto poderia esvaziar o avanço pela CPI. Se o que a oposição quer é a cabeça do ministro da Casa Civil, muito provavelmente não conseguirá avançar no recolhimento de assinaturas caso ele caia. Se, porém, a CPI for instalada, demitir Palocci depois já não evitará a investigação. E o governo enfrentará o desgaste da CPI com ele dentro ou fora do governo.
Enquanto a oposição busca as assinaturas no Senado, há uma perspectiva de que Dilma venha a discutir o tema tão logo se conclua a visita do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
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