O senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) interrompeu o discurso do senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) duas horas e 40 minutos depois que este iniciou. Assim como muitos outros senadores, Roriz aparteou para elogiar a postura de Collor, no discurso em que ele conta a sua versão do impeachment, ocorrido há 15 anos.
“Vossa Excelência tinha um destino: de ser o primeiro presidente eleito [em eleições diretas] depois do regime militar [1964-1985], e o primeiro a ser impedido”, disse Roriz. O senador peemedebista ressaltou a injustiça por que passou Collor nos 15 anos que separam de sua saída da Presidência para o discurso de hoje (15) no plenário do Senado.
“Foram 15 anos de angústia. Quinze anos de noites mal dormidas. Fui solidário a seu governo e sou à sua pessoa”, disse Roriz, que era governador do Distrito Federal na época que Collor ocupou o Planalto.
Bastante emocionado, Collor não conteve as lágrimas, e lembrou de um episódio no dia que deixou o Palácio da Alvorada, de helicóptero, em setembro de 1992. “Lembro que pedi ao piloto que, antes de seguirmos ao nosso destino, sobrevoasse a cidade-satélite de Santa Maria, para ver as obras que Vossa Excelência fazia na época”, disse.
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O senador Efraim Morais (PFL-PB) também aparteou o ex-presidente: “Vossa Excelência teve tranqüilidade, paciência e a grande virtude de contar hoje ao Brasil a verdade”. O senador também lembrou do período em que presidiu a CPI dos Bingos, falando da ironia da história, e lembrou que, além do julgamento nos tribunais, Collor também foi julgado pela opinião pública. “A história muda”, declarou, para conclamar no final: “Vamos trabalhar juntos pelo Brasil”.
Os senadores Wellington Salgado (PMDB-MG), Jayme Campos (PFL-MT) e Romero Jucá (PMDB-RR) também apartearam o senador de Alagoas, sempre com elogios e incentivos.
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