O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, vê indícios de que o senador Romário (Podemos-RJ) administra uma conta que está no nome de sua irmã, Zoraidi Faria, com a intenção de ocultar a própria movimentação. Relatório do órgão indica que o fluxo financeiro de Zoraidi é incompatível com o rendimento anual declarado por ela, no valor de R$ 8 mil, em 2016. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com a reportagem, o pré-candidato a governador do Rio de Janeiro tem uma procuração, entregue por Zoraidi, que dá a ele poderes específicos sobre recursos depositados no Banco do Brasil. Segundo o Coaf, a irmã de Romário recebeu R$ 8 milhões em sua conta, entre agosto de 2016 e abril de 2017. As saídas da mesma conta totalizaram R$ 7,5 milhões no mesmo período.
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“A movimentação financeira apresenta-se incompatível com a capacidade financeira da cliente (Zoraidi), mesmo considerando a renda de seu procurador (Romário); aparenta pertencer ao procurador e irmão da cliente e nos leva a crer que o mesmo utilize a conta da irmã com o intuito de ocultar sua movimentação. Comunicamos por não encontrar fundamentos econômicos ou legais para a movimentação financeira, podendo configurar a existência de indícios do crime de lavagem de dinheiro”, diz o relatório do Coaf, relata O Globo.
Conforme o jornal, do valor total que entrou na conta de Zoraidi no período analisado, R$ 6 milhões vieram da RSF, uma empresa com as iniciais do nome do senador, cujos sócios no papel são a mãe e o pai dele. Por meio dessa empresa, Romário recebeu valores devidos pelo Flamengo em acordo judicial. Outros R$ 2 milhões rastreados no Banco do Brasil vieram de uma transferência feita pelo senador de uma conta sua na Caixa Econômica Federal.
Segundo O Globo, as despesas identificadas também ligam a conta de Zoraidi ao senador, como uma advogada que alega ter vendido um imóvel para ele e outros dois advogados que já representaram o parlamentar em processo judicial.
O senador tem dívidas milionárias com credores já reconhecidas judicialmente, mas a Justiça tem dificuldades de encontrar valores e bens em nome de Romário, em função das movimentações financeiras por contas que não pertencem oficialmente a ele e pelo registro de imóveis e carros em nome de familiares, como Zoraidi e a mãe. Romário e a irmã não responderam os contatos feitos pelo jornal. A reportagem é de Marco Grillo e Thiago Prado.