O ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) ficará mais dois meses afastado de suas funções no Ministério Público de Goiás (MP-GO). Segundo senador da história a ser cassado, Demóstenes voltaria ao posto na próxima segunda-feira (1º de abril), mas a promotora Claudia Chagas, membro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), decidiu pela prorrogação do afastamento. A decisão, que tem caráter provisório, ainda precisa ser submetida aos demais conselheiros, em sessão plenária do CNMP prevista para 23 de abril. O ex-senador está afastado do ministério desde 10 de outubro.
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Acusado de colocar o mandato a serviço do contraventor goiano Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Demóstenes enfrenta um processo administrativo disciplinar aberto no Ministério Público para apurar seu relacionamento com o bicheiro, detalhado nos autos da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. O caso esteve sob análise, entre outros colegiados, da CPI do Cachoeira, comissão de inquérito que encerrou suas atividades em dezembro do ano passado sem pedir qualquer indiciamento, depois de cerca de oito meses de funcionamento. Desde então, procuradores e promotores fazem pressão contra a permanência de Demóstenes nos quadros do Ministério Público goiano. Nesse sentido, mais de 80 assinaturas foram reunidas entre representantes da categoria em Goiás.
Segundo a promotora, a prorrogação do afastamento se faz necessária porque as investigações do CNMP sobre Demóstenes ainda não foram concluídas. “A presença do requerido no Ministério Público de Goiás, exercendo as atribuições de procurador de Justiça, é inconveniente ao serviço e pode vir a colocar em dúvida a credibilidade da instituição perante a sociedade”, alega Claudia Chagas, que acumula a função de secretária Nacional de Justiça.
Inelegível até 2027 segundo a Lei da Ficha Limpa (oito anos depois do fim da legislatura em que deveria atuar), quando terá 66 anos, Demóstenes perdeu o direito ao foro privilegiado e à imunidade parlamentar. Nos meses que precederam as primeiras denúncias de seu envolvimento com Cachoeira, em março, ele ficou cada vez mais isolado entre os pares no Senado, onde foi cassado em votação secreta por 56 votos a 19, com cinco abstenções e apenas uma ausência do plenário.
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