A PEC, de autoria do deputado Lourival Mendes (PTdoB-MA), modifica o artigo 144 da Constituição Federal para acrescentar o parágrafo dez, que teria a seguinte redação: “A apuração das infrações penais de que tratam os §§ 1.o e 4.o deste artigo, incumbem privativamente às polícias federal e civis dos Estados e do Distrito Federal, respectivamente”. “A PEC 37 pode trazer ao ordenamento jurídico brasileiro inovação altamente lesiva ao interesse social e ao exercício da jurisdição”, dizem os conselheiros na nota.
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Para os integrantes do CNJ, dar exclusividade da investigação criminal às polícias jurisdicionais – Civil nos estados e a Federal – é inserir na Constituição uma “restrição injustificada”. “Seria desastroso para a democracia brasileira e para a eficiência do sistema criminal que uma única instituição concentrasse todos os poderes investigatórios, como quer a PEC em discussão no Congresso Nacional”, afirma a nota.
Na segunda-feira, o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), que estava no exercício da presidência, recebeu de procuradores da República um anteprojeto para substituir a PEC 37. De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Alexandre Camanho, a proposta estabelece prazos, necessidade de motivação dos atos, controle por órgãos superiores e limites para publicidade.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), espera que os integrantes do grupo de trabalho para discutir a PEC 37 cheguem a um acordo até terça-feira (18). Caso aconteça, o texto será encaminhado para os líderes discutirem mudanças e acertos na redação. A votação em primeiro turno da proposta de emenda constitucional está marcada para 26 de junho. Se aprovada na Câmara, segue para análise do Senado.
Desde o início da tramitação, a discussão sobre a PEC 37 tem sido marcada pela polaridade. De um lado, parte dos deputados, entidades que representam o Ministério Público e agora o CNJ. Do outro, pela aprovação, mais deputados, associações de delegados e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A OAB, além de favorável à proposta, também vai enviar uma nota técnica ao grupo de trabalho, sugerindo explicitar na Constituição a garantia ao amplo direito de defesa na fase de inquérito.
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