O deputado federal e apresentador de TV Clodovil Hernandes (PTC-SP) foi demitido por justa causa da TV JB, onde apresentava o programa "Por Excelência". O motivo, segundo a colunista Fabíola Reipert, do jornal Folha de S. Paulo, seriam as freqüentes ausências nas gravações.
A assessoria do deputado explicou que na verdade o que houve não foi uma "demissão", mas uma "rescisão contratual". O deputado sofreu um derrame no início de junho e foi proibido pelo médico de voltar, tanto para a Câmara quanto para as gravações.
"A TV estava pressionando para ele voltar, mas ele não podia. Derrame é uma coisa séria. Fizemos uma reunião com a empresa na última sexta-feira e eles perguntaram quando o deputado estaria de volta. Horas depois recebemos uma notificação de que o contrato havia sido rescindido", explicou a assessora de Clodovil.
O deputado ainda não sabe se irá entrar na justiça contra a TVJB.
Polêmico
Sempre polêmico, desde que assumiu o mandato na Câmara, o estilista tem atraído os holofotes da mídia e a atenção da público. Suas declarações lhe renderam, inclusive, ameaças de cassação por quebra de decoro parlamentar.
Leia também
A principal confusão envolvendo o deputado começou justamente com uma declaração dada na estréia de "Por Excelência". Ao entrevistar a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ele chamou as mulheres de "vulgares e ordinárias".
Irritada, a deputada Cida Diogo (PT-RJ) pediu que ele se retratasse. Na ocasião os dois discutiram em plenário e, ao voltarem ao assunto semanas depois, Clodovil disse à petista que não se referia a ela: "a senhora é muito feia e não serve nem para ser puta". Aos prantos, Cida queixou-se à Mesa Diretora, cobrando um pedido de desculpas que só veio uma semana depois.
Clodovil foi eleito deputado federal com quase 500 mil votos. O sucesso do estilista nas urnas deve-se em boa medida a sua carreira de apresentador de TV, iniciada em 1980, no TV Mulher.
Durante esses primeiros meses de mandato Clodovil foi internado por problemas de pressão alta e após sofrer um derrame em 5 de junho. Desde então o deputado está licenciado, mas, apesar disso, Clodovil garante que não tem intenção de deixar o cargo para seu suplente, o coronel Paes de Lira (PTC-SP). (Carol Ferrare e Soraia Costa)
Atualizado às 11h46