Depois de negar que tivesse ofendido a deputada Cida Diogo (PT-RJ), que interrompeu a sessão do plenário aos prantos denunciando ter sido agredida verbalmente, o deputado Clodovil (PTC-SP) confirmou o relato feito pela petista.
“Eu disse para ela: digamos que uma moça bonita se ofendesse porque ela pode se prostituir. Não é o seu caso, a senhora é uma mulher feia”, contou o deputado. “Eu tenho culpa de ela ser feia, gente?”, emendou.
Bastante abalada, Cida teve de ser atendida pelo serviço médico da Câmara. O corregedor da Casa, Inocêncio Oliveira (PR-PE), que presidia a sessão, prometeu abrir um processo disciplinar contra o deputado.
O embate entre Cida e Clodovil ocorreu no meio da noite de ontem. A deputada teria se aproximado do deputado para dizer que estava coletando assinaturas para que ele se retratasse de declarações consideradas preconceituosas contra as mulheres (leia).
Há três semanas, o deputado disse que as mulheres haviam se tornado “ordinárias” e que atualmente elas “trabalham deitadas e descansam em pé” (leia mais). Por causa das declarações, os dois parlamentares chegaram a bater boca no plenário da Câmara há 15 dias.
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“Estou acostumado a esses tipos de senhora que se promovem com pequenos chiliques”, disse Clodovil no final da noite. Antes, no entanto, ele havia dado outra versão para o episódio ao negar que tivesse chamado a deputada de “feia”.
"Nunca iria falar uma coisa dessas, imagina!”, afirmou por volta das 21h. “Pedi para ela parar de fazer isso, pois estava criando muitos inimigos para mim”, declarou, visivelmente nervoso, enquanto tomava água em um copinho de plástico.
Mais tarde, após confirmar a versão da petista, Clodovil negou ter sido ofensivo com a deputada. “Ofensivo? Quantas vezes ouvi isso e daí? Não me matei”. Segundo ele, em vez de se matar, submeteu-se a uma cirurgia plástica. “Cada um age como quer. Se você é ofendido por uma pessoa, dá um bofetão na cara dela. Agora, essa cena de ir chorando se atirar no chão é divulgação”, afirmou. “Sou uma pessoa séria, não sou de me jogar no chão. Tenho horror de gente que geme”, emendou. (Edson Sardinha)